quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Máfia na família Félix

O Magnando me inspirou em uma das últimas postagens quando falou sobre mafiosos. O autor do blog confessou até que, ao invés de quando criança ter o sonho de ser médico, astronauta ou jogador de futebol, queria ser um mafioso. Essa vontade não me traz muita estranheza porque filmes sobre máfia são mesmo muito bons. Exceto, é claro, pelo final desastroso em que eles costumam morrer ou ir presos. Contudo, dinheiro e poder são uma ótima combinação. A atração é inegável.

Falando em filmes e profissões, foi em "Tempo de matar" que quis ser advogada. A paixão e empenho de Matthew McConaughey pela profissão eram tão cativantes e empolgantes que, aos 12 anos, já estava decidida: seria advogada. Dois anos depois, quando conheci uma garota super descolada que fazia publicidade, pensei: "Hummm, acho que publicidade é mais a minha cara". Pouco depois, descobri naturalmente que deveria ser jornalista - amava ler revistas de qualquer gênero e ficava imaginando como eu escreveria aquelas matérias que lia.

Mas deixemos esse assunto de "o que eu queria ser quando era criança" de lado. A minha idéia inicial era falar sobre a relação entre mafiosos e minha atípica família. Não. Não somos criminosos foragidos, nem fazemos contrabando de drogas. Ah! Fiquem tranqüilos, meu pai também não tem capangas. É que geralmente, nas outras casas, é o pai e/ou o filho mais velho que gostam desse estilo de filme. Na minha não. Essa façanha fica por conta da minha mãe e do meu irmão mais novo. Além do box completo de " O poderoso chefão" e de coleção de filmes do Al Pacino, minha mãe usa falas da família Corleone para me dar conselhos. É isso mesmo. Mas como uma filha desatenta e esquecida, agora, só lembro de um deles: "Nunca deixe os outros saberem o que você está pensando". Sábio, não? Pois é, filmes, e ainda de mafiosos, rendem muito assunto lá em casa.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Só para registrar

Sem querer copiar o cigarette-break, porque não gosto de escrever na primeira pessoa, mas hoje senti vontade de falar um pouco sobre minhas percepções sobre o mundo e as pessoas. Do quanto é fácil cobrar e de quanto é difícil ceder. Do quanto é fácil falar e de quanto é difícil fazer.

Sinceramente, odeio exageros. De qualquer tipo. Eles quase sempre são passageiros. Posso parecer fria, mas quem me conhece sabe que existe uma romântica aqui dentro. Só que não saio por aí dizendo que o mundo é um mar de rosas e nem que amo todo mundo. Até porque não acho que o mundo seja tão perfeito e nem amo todo mundo. Quem ouve de mim uma palavra doce é porque merece, já que não costumo ser simpática com todo mundo. Onde quero chegar? Bem...Hipocrisia, cinismo e arrogância parecem ser características naturais do ser humano. Deve ser isso. Não vejo outra explicação para me deparar todos os dias com pessoas que conseguem ser as três coisas ao mesmo tempo.

Isso chega a um ponto em que um fala mal de alguém e esquece que já fez o mesmo, pede algo para alguém que esnobou e disse que não precisaria de ajuda, divulga ideologias e não sabe cumpri-las. Essas situações parecem comuns? É aí que está o problema. Uns ligam mais, outros menos, mas esses episódios acontecem. E achar comum é como aceitá-los. Ainda estou na fase de inconformismo. Vejo, não gosto, não aceito e respondo à altura: mostrando onde está a ironia e a hipocrisia da situação. Mas essa fase não quer passar e já está comigo por um bom tempo.

Ferrado e sem meia. Algo mais?

Como já dizia um professor que tive, estudante sempre está duro. Acabar o crédito no bilhete único, precisar de dinheiro para tomar um lanche ou para sair, dever dinheiro para o pai, a mãe, os amigos e para a vó é algo comum entre eles. Contudo, parece que nem todos sabem disso, pois alguns querem que a meia-entrada acabe.

Um amigo estava me contando sobre o assunto e disse até que estão estudando a possibilidade de não haver meia-entrada nos finais de semana e feriados. E eis que me pergunto: "Então, que dia sobra? E quanto aos que trabalham e estudam e só têm esses dias para sair?".

Hoje de manhã, saiu uma pequena nota no Metrô News envolvendo o tema: "O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse que está havendo um derrame de carteiras estudantis falsas, inviabilizando o acesso a cultura, em função dos altos preços praticados pelos organizadores dos eventos. Medida usada para compensar o número de meia-entradas e o próprio lucro do espetáculo...".

Ao invés de tirar o benefício, não seria melhor confiscar as carteirinhas na entrada? Isto é, se o problema é mesmo esse: documentos falsos. Um tempo atrás, lembro-me que era muito mais barato ir ao cinema, por exemplo. Não que justifique, mas há ingressos que são tão caros que o preço da inteira é um absurdo. Conseqüentemente, há quem falsifique. E o acesso à cultura já é tãaaao grande que um ato desses só vai desestimular os estudantes e diminuir a quantidade de público em espetáculos culturais. Aliás, só vai revoltá-los, pois duvido que aceitem perder o direito da meia-entrada.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quando o seu irmão usa o mesmo número que você

Não, meu irmão não emagreceu. Na verdade, ele sempre foi magro, mas só agora descobriu que usar camisetas grandes e largas é feio - Claro, na minha opinião e, agora, na dele também.

Estávamos nos arrumando para ir ao show do Judas Priest.

- Tira essa blusa. É show do Judas e não do Épica.
- Mas eu não gosto de Épica! E nem estou toda de preto - Apesar da bota, da meia e da regata serem pretas, a saia era jeans.
- Coloca uma camiseta do Iron Maiden.
- Mas eu não tenho uma.
- Então, pega a minha do Ozzy. Ela é tamanho P.
- Mas e aquela do Judas? Ela também não é P? Me empresta ela?
- Mas eu vou usá-la.
- Ah! Você tem tantas camisetas. Usa a do Iron.

Pensa. Pensa mais um pouco. E enquanto ele pensa, eu pego a camiseta do Judas e visto.

- Estou melhor agora?
- Está, mas eu que iria vestí-la.

Coloca a camiseta do Iron, reclama um pouco e nós vamos ao show. Mais rápido que uma bala. HAHAHA

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Relatos da Lei de Murphy

Sabe aqueles momentos em que tudo parece ser regido por Murphy, um cara sarcástico que não tem mais o que fazer e se diverte vendo os outros se darem mal?


Ontem, quando sai do trabalho, a chuva estava fortíssima, mas consegui uma carona da minha editora até o metro Praça da Árvore. 1x0 para mim. Mesmo assim, não consegui evitar e me molhei para entrar e sair do carro. 1x1. Quando cheguei no metrô Bresser não estava mais chovendo. 2x1. A fila para ir de lotação estava grande e, como não tenho muita paciência para esperar, resolvi ir a pé. Uma gotinha aqui, outra ali. Resolvi abrir o guarda-chuva. De repente, começou a cair uma chuva absurda. 2x2. Pelo menos eu estava de bota e não iria molhar meu pé. 3x2.Inocência minha. A safada da água encontrou um compartimento secreto e chegou até ele. 3x3. Mas a bota era de salto e, pelo menos, a água não passaria dos dedos. 4x3. Santa inocência. Sabe quando se molha a pontinha do papel e a água se espalha e vai subindo? Então, foi isso que aconteceu com minha meia. 4x4. Várias poças d'água. 4x5. Meu guarda-chuva estava furado. 4x6. Os galhos das árvores empurravam o guarda-chuva para eu me molhar mais. 4x7. Mais poças d'água. 4x8. Ah! Cansei de contar. Desisto. Murphy venceu! /o\

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Encontros e desencontros

Sabe aqueles momentos em que você quer falar algo, mas não sabe o que dizer?

Na minha época de ginásio, se duas pessoas não se davam bem, o problema era resolvido depois da aula. Simples assim: "Na hora da saída eu te pego". Como sempre atrai confusões, ouvi essa frase duas vezes. Da mesma menina. Ela era forte, me assustava e era preciso medir as palavras para não comprar briga. Com a confusão já armada, as horas passavam e o medo chegava. E, nesses momentos, não faltavam idiotas para perguntar: "É verdade que fulana quer te bater?". Da primeira vez, um menino que gostava de mim foi me defender. Da segunda eu já não lembro, mas nada aconteceu. Passado uns nove anos, estava eu voltando para casa ontem e, já perto do meu ponto, ela apareceu, toda sorridente:

- Ooooooooi!
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo.
- Quanto tempo...
- Né?

Coça os olhos. Faz cara de sono. Quase tropeça quando o ônibus passa pela lombada. Equilibra-se no banco. Olha para baixo.

Foram os 20 segundos mais longos do dia. Queria ter perguntado como ela estava. De onde estava voltando. Se estava trabalhando ou estudando. Onde estava morando. Mas não perguntei. Não consegui. Achei tudo que eu pensei em falar muito idiota. Ela continua igualzinha. E assustadora também. Talvez não houvesse o que dizer. Embora fossemos da mesma sala, nunca fomos amigas. Por que será, né?


O ônibus parou, ela desceu e cada uma foi para um lado. Iria dizer “tchau”, mas não deu tempo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Carência Social

- O que você acha das pessoas que colocam suco de limão no olho para ele ficar claro?
- Hãn?
- Tem pessoas que colocam limão no olho para deixar o olho claro. Você sabia? O que acha disso?

Era sexta-feira. Quase meia-noite. Estava voltando para casa. Como de costume, não passei a catraca e sentei na frente, no banco para idosos. Faço isso para pensar na vida, em como foi o meu dia e, logo, adormecer aos poucos, por uns 35 minutos, rezando para acordar antes do meu ponto. Nesse horário o ônibus não lota, não tem trânsito e eu durmo muito bem. Embora já tenha passado da minha casa algumas vezes, confio no meu sexto sentido que vai fazer eu acordar na hora certa. Quase sempre dá certo.

- Acho que faz mal, né?
- Claro! Claro que faz mal.

O homem, que aparentava ter entre 25 e 30 anos, pega papéis com pesquisas sobre a visão.

-Sabe, é muito interessante estudar sobre os olhos....
- Ahan...
- Podemos descobrir muitas coisas sobre os olhos. Muita gente sofre por falta de informação, mas eu estou estudando bastante.

Minutos antes estava com uns amigos em uma conversa de mesa de bar. O tema? Se quando uma pessoa se suicida as que estavam em volta dela devem ou não responder por não tê-la ajudado. Caso alguém próximo teve a possibilidade de ajudá-la e não o fez, é obrigado a pagar em forma de serviços sociais. Não concordei. Acredito que no caos que vivemos, podemos sim deixar de perceber tristeza na outra pessoa, pois mal conseguimos entender a si próprio. Além disso, sempre há outras opções e cada um é responsável pelo o que faz.

Contudo, deixei meu lado anti-social. Conversei com o rapaz até a minha casa. E a conversa foi boa. Ele tem uma doença - não lembro o nome - que afeta a visão. Então, resolveu pesquisar o máximo para entender o que tinha. Gostou tanto do assunto que até quer ser oftalmologista. Tive uma aula sobre retina, córnea, artérias e afins.