Mas já passou. O que ficou foram as histórias. Ter participado do apagão é quase como um orgulho. Cada um quer contar onde estava no momento em que as luzes se apagaram. Entre tantas aventuras, nenhuma supera chegar ao trabalho, entrar na internet e encontrar, apenas algumas horas depois do acontecido, camisetas sendo vendidas com os dizeres “Apagão 2009. Eu Fui!”. O brasileiro é mesmo rápido. Haja criatividade.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Dono da noite
Mas já passou. O que ficou foram as histórias. Ter participado do apagão é quase como um orgulho. Cada um quer contar onde estava no momento em que as luzes se apagaram. Entre tantas aventuras, nenhuma supera chegar ao trabalho, entrar na internet e encontrar, apenas algumas horas depois do acontecido, camisetas sendo vendidas com os dizeres “Apagão 2009. Eu Fui!”. O brasileiro é mesmo rápido. Haja criatividade.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O que os olhos veem, é o que se espera ver na mesa
- É esse aqui que eu quero!
Outro dia, essa atitude, tão comum a quem está faminto, fez-me questionar por que é que a minha mente gorda não aprende, de uma vez por todas, que a imagem não é o mais importante. Trata-se apenas de um truque de publicitários filhos-da-puta que usam photoshop para deixar a foto da sua futura refeição mais saborosa para os olhos. Se trabalhassem em conjunto com os chefes de cozinha, seria ótimo. Mas ao contrário, preferem iludir os pobres esfomeados.
Observem:
Foi esse maravilhoso e apetitoso hambúrguer, repleto de cheddar, que eu pedi em um dos restaurantes do Habibbs.
Mas o que chegou na minha mesa foi isso:
Apenas isso.
Odeio publicitários.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Paixão de adolescente
Na primeira vez que o vi, eu era uma criança. Mas lembro de tê-lo achado bonitão. Na segunda vez, pelo menos uns dez anos já haviam se passado. O contexto era outro. Sabia que conhecia aquele rosto. Encantei-me ainda mais. Vendo-o dançar, eu quis levantar e imitar os passos. Seu sorriso me intimidava e seu olhar me deslumbrava.
Entre tanto fascínio, não percebi que o tempo passou para mim e também para ele. Em 1987, quando fazia sucesso em “Dirty Dancing – Ritmo Quente” e já tinha por volta de 30 anos, eu chegava ao mundo. Três anos mais tarde, ele estava no auge do sucesso com “Ghost – Do Outro Lado da Vida” e eu ainda usava fraudas. Quando assistia seus filmes na TV, tratava-se de reprises. Aquele rosto que eu via, na vida real, já apresentava os sinais da idade.
Hoje de manhã, quando li que Patrick Swayze morreu, lamentei. E aqui fica uma singela homenagem de quem, mesmo depois dos 20 anos, ainda delira com o personagem Johnny Castle e chora com Sam Wheat.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Força inexorável?
Sinceramente, acho que cada um constrói o próprio futuro, mas penso que algumas pessoas estão predestinadas a passar pela nossa vida. Elas aparecem despretensiosamente, mas, se analisarmos melhor, poderiam ter surgido de inúmeras formas. A impressão que dá é de que teríamos as conhecido de uma forma ou de outra.
Por esta razão, às vezes me rendo ao verso “deixa a vida me levar”. É mais fácil pensar assim. É como abrir os braços e boiar esperando que a água nos leve para onde ela quer. Entretanto, vez e outra surgem algumas decisões que, pelo menos aparentemente, podem mudar todo o rumo percorrido até então. E dá medo. Dá medo de errar. De afastar pessoas que gostamos e situações que queremos vivenciar.
Na minha visão, magoar quem gostamos é como magoar a si próprio. Mas deixar de fazer o que desejamos para não magoar outras pessoas também é uma forma de se magoar. O interessante é que se me dessem essa questão para resolver algum tempo atrás, teria a resposta na ponta da língua. Mas quando o caso é com a gente, é sempre mais complicado. E, agora, eu não sei a resposta.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Antes de mais nada
Nas últimas semanas, fiquei longe do blog. Novos fatos aconteceram e demora-se um tempo para assimilá-los e compreendê-los. Nada melhor que deixar o tempo passar para, mais tarde, interpretar o acontecido. E aqui estou eu: de volta ao Conversa de Mesa de Bar e pronta para filosofar sobre as inúmeras histórias que nos cercam.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Dicas teatrais
"Essa gente não é mole: anda em grupo, bota a boca no trombone e taca o dedo nas feridas.
Mas acredite: são amigos, companheiros que pegam no pesado, trabalham muito para divertir a gente, viram tudo do avesso só pra fuçar e ver o que tem dentro. São artistas e técnicos, grupos de teatro que, fincando os pés no chão, sonham com um mundo mais justo e mais bonito.
Sonhar não enche barriga?
Ah, tem sonho que enche, preenche, forra e desforra. E diverte. E é o tipo de diversão que dá o que pensar, que faz pensar e ajuda a entender, a viver. E depois, quem é que não sonha? Quem é que não quer um mundo mais justo e bonito? Quem é que não quer viver melhor?
Então, é isso: pelo menos durante 5 finais de semana, você pode se divertir, ver, sentir e entender a vida de um jeito diferente. Nada do que você vê na TV. E não se assuste se aqui, no papel, alguma coisa parecer pesada: pesada é a vida que a gente leva, o mercado falido e os sonhos de consumo que, esses sim, não preenchem a vida de ninguém. Já o que os grupos de teatro fazem no palco com todo esse desmanche de seres humanos é bonito demais!
Uma última explicação: é tudo de graça porque esses grupos, além de sonhar e fabricar sonhos, vão à luta. Em 2002 conseguiram aprovar uma lei, o Programa Municipal de Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo. Desde então, a Prefeitura é obrigada a investir dinheiro em projetos como o Engenho Teatral, que organizou esta Mostra. Logo, isso já foi pago com o seu dinheiro, com o nosso dinheiro, com o dinheiro público. Divirta-se!"
Programação
Dias 1 e 2
Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está, precisa se mexer
- Três atores falam de si e do mundo que desmorona à sua volta.
Dias 8 e 9
Homem cavalo e sociedade anônima
- A exploração do trabalho e os sonhos que não se realizam.
Dias 15 e 16
Hospital da gente
- Mulheres que vivem e pulsam nas pirambeiras, mas não pensam em ser “incluídas”.
Dias 22 e 23
Ensaio sobre Carolina
- A catadora de papel dos anos 50 ainda dá o que pensar para os negros de hoje no Brasil.
Dias 29 e 30
A Brava
- Joana D’Arc queima na fogueira por trilhar caminhos contrários ao estabelecido.
Todas as peças começam às 19h. É preciso chegar antes para garantir o ingresso.
Clube Escola Tatuapé
Rua Monte Serrat, 230 (Ao lado da estação Carrão do Metrô)
Tel. 2092-8865
http://engenhoteatral.wordpress.com/
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Em busca da felicidade
Nesses dias de frio, não tem programa melhor que ver DVD, coberto com edredom e comendo pizza, batata frita e chocolate. Assisti a esse filme no final de semana passado. E, acreditem, é muito bom. O longa foi escrito e dirigido pelo ator Sean Penn, aquele que fez “Sobre meninos e lobos”. Baseado no livro do escritor e jornalista Jon Krakauer, que relata a história real do aventureiro Christopher McCandless, o filme demorou anos para ser rodado, pois Penn queria a aprovação da família McCandless. E se era para ser bem feito, a trilha sonora também ganhou atenção: todas as músicas são cantadas por Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, que não deixou a desejar em nenhum aspecto – e olha que nem gosto tanto assim dele.
Com essas informações, vamos voltar ao filme. Imagine que, de presente de formatura, seus pais resolvem te dar um carro zero. Qualquer um, no mínimo, daria pulos de alegria. Esse não foi o caso de Christopher. O garoto ficou nervoso. Ele não precisava de um novo carro. Estava farto da vida de aparências que os pais ostentavam, da hipocrisia, do materialismo e de tudo que o lembrasse a falsidade que vivia - inclusive o dinheiro.
Dessa forma, doou os 24 mil dólares que tinha no banco para a caridade e abandonou todos para aventurar-se em um mundo desconhecido. Afinal, que companhia poderia ser melhor que as belas paisagens que a natureza esconde? Pedindo carona na estrada, andando de canoa e caminhando, viajou para lugares como Dakota do Sul, Arizona e Califórnia, mas seu objetivo era chegar até o Alasca.
Christopher seguiu em busca do autoconhecimento. Com pensadores como Tolstoi na ponta da língua, justificava sua fuga da sociedade. No caminho, encontrou outros andarilhos. Cada um com uma concepção diferente sobre a vida e a liberdade. Teve a oportunidade de estabelecer-se e apaixonar-se, mas tudo o que não queria era apegar-se a alguém. A natureza bastava. Ele só não sabia que ela poderia ser tão selvagem.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Janela indiscreta
É baixinho, veste camisa e calça social. Mas nada de terno. Deve ser simpático. Poderia dizer um “oi” se a sala ficasse aberta. Pelo jeito, portas escancaradas e conversas altas são particularidades nossas. Anda de um lado para o outro, como se analisasse o tamanho da baderna e parasse para decidir por onde pode começar. Parece que nunca estará tudo em ordem. E se continuar no ritmo em que está, vai demorar muito mesmo.
Será que brigou com o sócio e decidiu seguir sozinho? Se a quantidade de caixas significar anos de trabalho, diria que tem experiência de sobra. Deve ser um quarentão. Não. Ele não é atraente. Não no sentido físico. Entretanto, para quem passou anos com a mesa de trabalho virada para uma parede, esse é um prato cheio. Se eu olhar para o alto, ainda posso degustar da imagem de inúmeras árvores. Já me disseram que há até papagaios e esquilos por aqui. Mas eu ainda não vi.
Embora eu é que esteja em um lugar fechado, é como se minha janela fosse o vidro de um aquário gigante que está à disposição do meu entretenimento. Já a sala ao lado é um caso a parte - quase um reality show. Dentro e fora também podem ser uma questão de referencial.
Sinal de vida
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Holofotes, brilho e glamour
Explico: sabe aquele artista que já não faz mais sucesso - ou até faz, mas não como antigamente? Nada melhor do que morrer. Isso mesmo. O mercado musical comprova: morrer aumenta a venda de CD’s, traz fama e leva o falecido até os tablóides, onde a vida e a morte serão discutidas de inúmeras formas. E mais: se antes você era um filho-da-puta-idiota-e-imbecil, como em um passe de mágica – e a ajuda de alguns medicamentos para a overdose - torna-se um herói. Assim, fácil.
O nosso querido rei do pop é um grande exemplo. Michael Jackson até outro dia era visto como um pedófilo-branquelo-filho-da-puta. Hoje, tudo mudou. Depois da morte, o astro virou um herói. Não quero questionar o talento dele – até porque adoro Michael -, mas observem: desde a inesperada morte, na quinta-feira passada, o cantor de “Billie Jean” já vendeu mais CD’s que Elvis Presley e John Lennon após suas respectivas mortes, também repentinas.
O cara estava fá-li-do, e não que esteja milionário agora – primeiro porque ele está morto e segundo porque ainda deixou uma coleção de dívidas -, mas está cheio de neguinho querendo tirar proveito. Quem já tinha comprado entradas para a turnê européia, se quiser o dinheiro de volta, terá que devolver o ingresso. Mas quem é que vai entregar o precioso ticket que comprova que a pessoa iria mesmo ao espetáculo? O fã irá guardar. Ficará sem show, sem Michael e sem dinheiro, mas terá um valioso papel em mãos.
E até o Brasil entrou nessa boquinha. O Governo do Rio de Janeiro fará uma estátua do cantor no morro Dona Marta, onde ele filmou, em 1996, uma cena para o clipe da música "They Don't Care About Us". Isso sem falar, claro, da exposição na mídia. O cantor morreu na quinta e, no dia seguinte, o Globo Repórter já tinha um Especial Michael Jackson. Na TV, várias retrospectivas da carreira do astro pop. Nas bancas de jornal, já há uns três pôsteres dele. Nas rádios e nos bares, “Black or White”, “Thriller”, “Beat it”, entre outras.
Resumindo: se acha que sua carreira já afundou e que você não tem mais chance, não desista. Faça como Macabéa em “A hora da estrela”: morra. Depois, poderão falar que você se matou porque não aguentaria a pressão de fazer muitos shows, que não gostava do pai, que o seu filho não é seu e até que você era gay. Não importa. Você não verá nada disso mesmo. Alguns até vão dizer que você está escondido nas ilhas Cayman. Mas como dizem por aí: “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Em cinco minutos - Parte II
Pessoas indo e vindo. De terno e de jeans. De salto e de tênis. Gordos e magros. Bem cuidados e feios. Duas mulheres se encontraram e pararam para conversar. Risadas, fofocas e abraços. Despediram-se e cada uma foi para um lado. Uma garota parecia ansiosa. Provavelmente esperava alguém. Era o namorado. Foi recebido com beijos e abraços. Trazia um sorriso que estampava a felicidade em vê-la. Dois homens passaram conversando. Deviam vir do trabalho. Estavam de social. Uma mulher passou quase correndo. A pressa deixava o salto ainda mais torto. A outra devia ser bailarina. O sapato baixo deixava o passo mais leve e suave. Andava como se dançasse. Era bonito vê-la. Um homem passou caminhando devagar. Olhava para baixo. Talvez estivesse triste. Ou só cansado. Um grupo de amigos vinha em minha direção. Conversavam e riam. Divertiam-se.
Lá fora, o Michael Jackson havia morrido. O presidente de Honduras pediria ajuda à ONU. Os casos de infectados pela gripe suína continuavam em ascensão. Outro avião tinha caido. E ainda havia a crise no senado.
Eu estava no metrô. Do lado da catraca. Esperava uma pessoa. Mas observava todos. Cada um que passava. O tempo parecia correr menos. Embora o ponteiro dos segundos não tenha diminuido a velocidade.
Cada uma daquelas pessoas que passavam por mim tinham milhares de histórias para contar. Vinham de algum lugar e iriam para um outro. Poderiam rir para disfarçar a tristeza, andar com pressa para não perder o encontro ou caminhar devagar por não querer voltar logo para casa. Não havia como saber. Quem eu esperava logo chegou. Cinco minutos nunca renderam tanto.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Pérolas
De shortinho, Gisele Bündchen visita amiga
No primeiro parágrafo, é preciso responder as perguntas: Quem? O que? Quando? Como? Onde? Por que?
De shortinho e camiseta larga, Gisele Bündchen foi fotografada na tarde de sábado (27), em Hollywood. O site "Just Jared" publicou as imagens da modelo em todos os ângulos e a chamou de "beleza de grávida".
Mas, antes de tudo, é preciso saber o mais importante: o que diabos é uma notícia? Porque se chamam esse texto acima de N-O-T-Í-C-I-A - assim, com todas as letras -, eu tenho uma B-O-M-B-A:
De calça de oncinha, Andréia Félix vai à balada
De calça de oncinha e blusa preta, Andréia Félix foi vista na noite de sábado (27), na Rua 13 de Maio. Uma de suas amigas disse que “nunca usaria uma calça daquelas, mas na Andréia estava lindo”.
Pronto, fiz uma notícia.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Justus, salários e a crise
Adriana Galisteu foi para o SBT. Não deu certo.
Agora, Roberto Justus também vai para o SBT.
Daqui a alguns meses volto a esse assunto.
E, nessa guerra entre emissoras, a disputa da vez, claro, é entre a Record e o canal de Silvio Santos. Alguns boatos dizem que a emissora de Edir Macedo ofereceu R$3 milhões de reais ao Gugu para que ele se junte a trupe do bispo.
- R$3 milhões por mês. Como é que pode? Se eu ganhasse isso por ano já estava feliz da vida – disse eu.
- Por ano? Se eu ganhasse esse valor uma vez na vida já estaria contente – rebateu um amigo.
Depois ainda falam em crise mundial. Essa é só uma desculpa para estagnar os salários e subir os preços dos serviços e alimentos.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Jornalistas, Deus e o Papa
Eu, que serei jornalista formada no final deste ano, e, até onde sei, todos que conheço – inclusive estudantes -, somos favoráveis a esta decisão. Publicitários, por exemplo, também não são obrigados a ter diploma e, no entanto, as salas de aula do curso de Publicidade estão cheias.
Ao contrário do que alguns possam pensar, a não obrigatoriedade vai estimular as faculdades a enriquecer a grade curricular e os alunos a tornarem-se profissionais mais competentes. Afinal, mais que ter um diploma, para ser jornalista, será preciso ser realmente bom.
Mas não foram apenas a Air France e o STF que estamparam os noticiários. Espantei-me ao ver a capa da revista Época com a manchete “Deus é pop”. A notícia continua: “Uma pesquisa inédita revela que 95% dos jovens brasileiros se dizem religiosos – e eles estão em busca de novas formas de expressar a fé”. Cada um a sua forma, com idade entre 18 e 29 anos, 65% afirmam ser “profundamente religiosos”.
Alguns anos atrás, Humberto Gessinger, o mesmo que profetizou em uma canção que a juventude é uma banda em uma propaganda de refrigerante – um tempo depois Charlie Brown Jr. faria comerciais para a Coca-Cola - afirmava que o papa é pop.
Bem, se o papa fosse pop nos dias de hoje, nunca veríamos manchetes como essas: “Sexo casual entre brasileiros cresce, mas proteção diminui”, “Mais de 10% dos jovens brasileiros encontra parceiro sexual através da Internet”, “Mais jovens têm relações sexuais antes dos 15 anos; nº de parceiros aumenta”.
O papa foi passado para trás, mas Deus está aí: “bombando”, como disse uma garota, seguidora da igreja Bola de Neve, para a matéria da Época.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Nas entrelinhas
Não penso assim. A vida não é uma corrida contra o tempo. Há coisas que, se apressadas, perdem o significado. Outras, atrasam-se e, se feitas, não terão mais o brilho de outrora. Há, ainda, aquelas que ficam guardadas:
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer.
(Lulu Santos)
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Peripécias de menina
Isso explica porque eu demorei anos para identificar o que Claúdio Zoli dizia na música “Noite do prazer”. Como nomear o que não conhecemos?
A noite vai ser boa
De tudo vai rolar
De certo que as pessoas
Querem se conhecer
Se olham e se beijam
Numa festa genial
Refrão:
Na madrugada a vitrola rolando um blues
&*¨%$#*&¨%#$¨&
Eu sinto por dentro uma força vibrando uma luz
A energia que emana de todo prazer
Prazer em estar contigo
Um brinde ao destino
Será que o meu signo
Tem a ver com o seu?
Vem ficar comigo
Depois que a festa acabar
No segundo verso do refrão, eu ouvia algo como: “Trocando de biquíni sem parar” ou “Rolando de biquíni sem parar”. Mas nenhuma das opções fazia sentido algum. Imagine uma mulher que tem dezenas de biquínis e os troca sem parar ou, ainda, alguém que rola de biquíni o tempo todo. Eu sabia que não era isso, mas não conseguia entender nada diferente. Até que um dia conheci B. B. King. E eis que surgiu uma luz. Quando ouvi a música novamente e chegou no polêmico trecho, matei a charada:
Na madrugada a vitrola rolando um blues
Tocando B. B. King sem parar
Eu sinto por dentro uma força vibrando uma luz
A energia que emana de todo prazer
Depois de conhecer um dos maiores nomes do blues, mudei minha concepção sobre a Noite do Prazer. E dou risada toda vez que ouço a canção.
De volta
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Enganos e desenganos
Interpretar as pessoas. Esse é dos maiores desafios que o ser humano tem. Depois disso, entende-las é apenas uma consequência. O problema é que uma ação tem significados diferentes para cada um. Depois que o primeiro entende como ofensa o que o segundo disse ou fez, está dada a largada: as brigas entram em cena. Todos têm maneiras distintas de reagir a determinadas situações e cada qual com o próprio limite.
Já não bastassem os tantos gestos – que têm significados variados -, a rápida, moderna e eficiente internet ainda oferece uma imensidão de novos códigos a serem decifrados. Cada um irá interpretá-los de uma forma. E visto que pessoalmente já pode haver incompreensão, no mundo virtual, as chances que há dos outros não entenderem o que a pessoa realmente quis dizer aumentam ainda mais.
Para mim, USAR LETRAS MAIÚSCULAS SIGNIFICA QUE A PESSOA ESTÁ GRITANDO. Outros dizem que não: simplesmente estavam escrevendo assim em outro lugar e esqueceram de apertar o Caps Lock. Para quem não sabe, as teclas Shift + F3 transformam o texto selecionado em letras minúsculas e maiúsculas. Mas, aparentemente, apertar um ou dois botões pode ser perda de tempo para quem está com pressa.
Entretanto, quando uma conversa é pela internet e, portanto, não se olha nos olhos e nem se pode notar as expressões do outro, a linguagem escrita é a que não só transmitirá a mensagem, mas também a que será analisada como única forma de interpretar o que se quis dizer.
Algumas pessoas não se importam com isso, mas reclamam quando são mal entendidas. Quem não sabe ser simpático nem pessoalmente, não saberá virtualmente.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Relatos da Lei de Murphy – Parte II
De manhã, ao sair de casa, lembrei que não tinha mais crédito no meu bilhete único. Por sorte, moro em um lugar estratégico: há uma banca de jornal que faz recargas em frente à minha casa. Fui até lá. “Está sem sistema”, disse o moço. Então, deixei para recarregar o cartão no metrô. Depois de alguns minutos na fila e perceber que ela não encurtava, fui até uma revistaria. Afinal, se lá estava cheio é porque ninguém sabe que há outro lugar para colocar crédito.
“Idiotas”, disse rindo, enquanto abandonava aquelas pessoas e colocava em prática a minha brilhante idéia. Ao chegar, percebi que a fila era menor, mas só havia uma atendente. No metrô pelo menos tinham três pessoas para atender. “Idiota”, suspirei. Dessa vez, rindo de mim.
Já desesperada, lembrei que sempre há aquelas pessoas que vendem bilhete na porta. Paguei R$2,70 na passagem, mas pelo menos pude, finalmente, ir trabalhar. Sim, cheguei atrasada. Hoje, Murphy riu de mim.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Brincadeira de criança
[...] Em abril, a coluna "Ooops!", do UOL, informou que a família da apresentadora estava se incomodando com dois fotógrafos, que perseguiam Maisa em sua cidade.
Por conta disso, a família da apresentadora mirim precisou alterar hábitos e até mesmo adaptar a ida da menina à escola.
A instituição teve que criar uma entrada secreta para a estudante famosa.
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Quando eu era criança, não ganhava 20 mil reais por mês. Também não ganho esse valor agora. E, mesmo depois que eu terminar a faculdade, muito provavelmente, não ganharei.
Mas quando eu era criança, brincava na rua, jogava tazo e videogame, andava de bicicleta, assistia Sessão da Tarde, Anos Incríveis, Cavaleiros do Zodíaco e O Fantástico Mundo de Bob, acreditava que existiam fadas iguais as do Caça Talentos, escrevia carta todos os anos para o papai noel e também queria mandar algumas para o Mundo de Beakman. Isso se chama ter infância.
Infância. Está aí algo que 20 mil reais não compra. Mas eu tive.
Como já dizia o sábio Andrézinho, do Molejo: “brincadeira de criança, como é bom, como é bom”.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Homem primata
- Gostchooosa.
- Ahhh, se eu pego, viu?
- Ôoo lá em casa, hein?
- Mas que prenceeesa!
Pergunto-me: o que um homem espera que a mulher responda depois dessas cantadas-quase-onomatopéias?
- Ôoo delíchiiia.
- Espera só até você dar uma mordidinha.
- Gostchooosa.
- Hummm, você ainda não viu nada.
- Ahhh, se eu pego, viu?
- E está esperando o que?
- Ôoo lá em casa, hein?
- É para lá que eu vou.
- Mas que prenceeesa!
- Quer conhecer o meu castelo?
Não. Nenhuma mulher vai responder dessa forma. E os homens sabem disso. Então, por que insistem tanto?
sexta-feira, 22 de maio de 2009
E vai rolar a festa
Abre aspas. Vamos pensar um pouco: o que são estabelecimentos de ensino mantidos pela administração estadual? Escolas de ensino básico e superior, certo? E, claro, inclui faculdades e universidades. Fecha aspas.
Segundo o jornal Metrô News, a assessoria da Secretária Estadual da Casa Civil informou que ainda analisa se a lei é valida para as três universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp).
Abre aspas. Alguém já ficou bêbado com quentão ou vinho quente? Engraçado. Sempre achei que as festas juninas fossem um evento familiar. Os alunos levam os pais, os primos, os amigos e os vizinhos - só não levam o cachorro porque as inspetoras não costumam deixar. Ok. Terminei o colegial há cinco anos. Será que nesse tempo as festas juninas tornaram-se uma festa em que crianças trombadinhas enchem a cara de vinho quente, ficam bêbadas, invadem a diretoria e querem dominar a escola? Fecha aspas.
Sou adepta da seguinte frase: “Se for para fazer, então, faça direito”. Ou seja: é para proibir o consumo de álcool nas instituições públicas de ensino? Então proíba. Mas não exclua as universidades. A USP, por exemplo, tem as lendárias festas conhecidas pelas bebidas que circulam livremente e garantem histórias engraçadas pelo resto do ano. Isso porque, claro, sempre tem aquele que não sabe beber, enche a cara e “paga mico” a noite inteira. E essa seria a menor das consequências, já que essa mesma pessoa, provavelmente maior de 18 anos, poderia dirigir bêbada, brincar de empurrar os amiguinhos na piscina e o que mais a criatividade e o libido permitirem. Vamos ignorar isso e apelar para o quentão que, claaaro, já causou uma lista enorme de acidentes mundo afora, não é?
Que fique claro: não sou favorável à essa lei. E nem à proibição do álcool nas festas das universidades. Mas qual a lógica de censurar festas familiares e fechar os olhos para onde realmente há consumo exagerado de álcool? Ou faz direito ou não faz.
Pronto, falei.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Proibido para menores
Mutilação de membros. Sexo. Loucura. Terror. Essa não é a minha combinação preferida, mas faz parte da composição de “Antichrist”, filme que estreou no Festival de Cannes 2009.
O enredo conta a história de um casal que se isola em um chalé para tentar superar a morte do filho. Já na primeira cena, mostra-se um close, em câmera lenta, de uma penetração sexual, que transforma-se em violência e termina com uma chocante visão de uma mulher cortando o próprio clitóris com uma tesoura.
Forte. Muito forte. Só a descrição já agoniza. Se você, leitor, é uma mulher, com certeza remexeu as pernas e fez uma careta. Mas, se é homem, também não deve ter gostado do que leu. Eu não faria nenhuma questão de assistir, mas sabendo quem é o diretor, não poderia simplesmente ignorá-lo. Explico:
Dogville. Para quem me conhece, esse nome não é nem um pouco estranho. Trata-se de um dos meus filmes favoritos. É uma análise sobre o ser humano, em que o diretor, Lars Von Trier - o mesmo de “Antichrist“ -, nos apresenta a um mundo formado por pessoas hipócritas, falsas e egoístas. No fim, - isto é, para aqueles que conseguiram chegar ao final do longa - ama-se ou odeia-se a trama. Não há meio termo. Von Trier não se preocupa em agradar o telespectador. Hollywood não combina com ele.
“Dançando no Escuro”, outro filme do polêmico dinamarquês, para mim, tem o final mais trágico da história do cinema. Você não acredita no que está vendo e, mesmo que já tenha passado por situações semelhantes, fica abismado com o desenrolar da história. Isso porque ainda acreditamos no caráter do ser humano. Então, torcer por um final feliz, é como desejar um mundo que não seja tão mau quanto aparenta ser. Mas o diretor não nos polpa. Como já disse, ele não quer agradar.
Se me falassem que eu poderia conhecer cinco pessoas no mundo, uma delas seria ele. Gostaria de entender o porquê de tanto pessimismo em relação aos outros, pois, embora eu acredite em tudo o que ele mostra nesses filmes, ainda me iludo. Penso que, ainda que seja uma minoria, existem pessoas boas. Sou romântica. Mas um pouco de Dogville não faz mal a ninguém. Pelo contrário, o faz amadurecer.
Entretanto, “Antichrist” não foi aplaudido. Os críticos o classificaram como “de mau gosto”. Mas as produções desse dinamarquês não são para todos. Quem gosta de conto de fadas e comédias românticas ou procura finais felizes, não vai conseguir ficar mais de 10 minutos na frente dos longas dele. Pode até ser que este novo filme seja ruim mesmo, mas, se é do Von Trier, eu pago para ver.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Especiais
Há pessoas que precisamos conhecer para gostar. Outras, não importa o tempo que convivamos, a divergência de pensamentos é maior. Mas há aquelas em que a identificação é imediata. Você não sabe muito bem o que te fez gostar tanto da pessoa e isso não faz a menor diferença.
Depois de São Paulo, a cidade que mais gosto é Corupá – Santa Catarina. E, antes que perguntem, já adianto: não conheço o lugar. Mas conheço alguns moradores. E são tão divertidos que o local onde moram poderia ser meramente um cenário para muitas risadas. E isso já seria muito. Entretanto, segundo eles, trata-se de um lugar onde Deus quis fazer a diferença: mais de 40 cachoeiras dividem espaço com cavernas, montanhas, muito verde e cerca de 13 mil habitantes.
E o rock rola solto por lá. Eles são tão apaixonados por música que viajaram quilômetros para presenciar um grande mestre: Dio. Foi um final de semana fantástico, regado à música, risadas, bebidas, feiras artesanais e ótimas companhias. Ontem, voltaram para a cidade das cachoeiras e, embora não tenha dito a eles, levaram junto um pedaço de mim. Mas espero, em breve, ir buscá-lo. Afinal, prometi visitar o lugar que, desde 2007, ouço tanto falar.
Odeio despedidas.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Pensamentos soltos
Esses dias, contaram-me algumas histórias sobre alguém que conheço. E, por mais que o assunto tenha me deixado boquiaberta, o que mais me abismou foi o fato de eu já ter passado horas conversando com a pessoa e não ter tido a sensibilidade de perceber nada. Logo eu, que adoro conversar. Não conhecemos a pessoa que está ao nosso lado. Mais que isso, muitas vezes nos rendemos aos julgamentos já estabelecidos que percorrem o mundo. Por trás de rostos felizes, há sempre muito a ser desvendado.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Sobre minha progenitora
Fala mal das bandas que eu ouço. “Eles até são bonitos de ver e têm uma ou outra música boa, mas depois fica tudo igual. São muito repetitivos”, diz ela, referindo-se ao Def Leppard.
Ouve som na maior altura e têm as coletâneas mais ecléticas do mundo: começa com Guns, vai para Van Halen, Iron Maiden e, de repente, ouve-se um “e vai rolar a festa, vai rolar, o povo do gueto mandou avisar que vai rolar a festa”, “descobri que te amo demais, descobri em você minha paz, descobri sem querer a vida, verdade”, “nessa longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar, na esperança de ser campeão, alcançando o primeiro lugar” e, em seguida, toca Rolling Stones. Ninguém tem o gosto musical tão diversificado quanto o dela.
Outro dia, apresentou Alice Cooper para uma amiga que foi em casa: “essa é a titia. Ouve!”, sugeriu.
Depois de conhecer Alfred Hitchcock e virar fã de “O poderoso Chefão” e “Família Soprano”, fala mal de Big Brother. “É muito fútil”, conta.
Ontem, eu e meu irmão a levamos ao Pacaembu para ver um jogo do Corinthians. Empolgou-se tanto que até mostrou o dedo do meio para o juiz. No fim, ainda fez uma análise técnica: “o Corinthians jogou melhor. No segundo tempo, eles dominaram a bola, mas faltou alguém para fazer a finalização”, disse.
Hoje, ela não trabalha mais, mas levanta todo dia às 6h30, prepara o meu café, liga a TV no jornal da Mariana Godoy, conversa comigo e depois volta a dormir.
Faz comida especial em dia de jogo do Corinthians para o meu irmão. Se eu não tenho aula e vou cedo para casa, pergunta o que eu quero jantar.
Sim, ela é a minha mãe. “Você tem sorte de me ter, mas se quiser que eu seja sua mãe na próxima encarnação, vai ter que nascer em Alagoas, porque para São Paulo eu não volto”, diz. “Alagoas? Não sei não...”, respondo.
Acho que vamos ter que entrar em acordo.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Entre notas e pensamentos
Esses dias, estava cansada das músicas que tinha no MP3 e resolvi baixar algumas novas. Entre elas, escolhi Smashing Pumpkins. Incrível. Aquele ano inteiro veio à tona trazido pelas canções. Músicas carregam um tom de simbolismo recheado de diferentes interpretações peculiares a cada um que ouve. Cada canção é uma lembrança: um momento, uma pessoa ou um lugar.
É por isso que eu gosto de sertanejo. Lembra a minha infância, quando os primos da minha mãe, que moravam do lado da minha casa, ouviam Leandro e Leonardo todos os dias. Por motivos semelhantes, anos atrás, parei de ouvir Silverchair. A banda trás lembranças de um período difícil. Desde então, comecei a procurar músicas mais felizes. E foi no hard rock que encontrei canções tão alegres que me permitiram deixar os problemas de lado e envolver-me nas peripécias vividas por aquelas bandas que mais pareciam de personagens de cartoon.
Uma vez, uma amiga estava com algumas dificuldades e eu disse para ela ouvir “Someday we’ll Know”, do New Radicals. Anos depois, eu é que me sensibilizaria com a letra, nas noites de uma semana qualquer. É algo impressionante. Gostar de uma música é encontrar-se nela. Quando se está sozinho, ela funciona como um refúgio. Identificar-se com uma letra é como esbarrar com alguém que sente, ou já sentiu, o mesmo que você. A partir desse momento, não se está mais sozinho. Quando o silêncio diz o que não queremos ouvir, a música surge e demonstra compreensão. Simples assim. Por isso, alegro-me tanto ao ouvir minhas músicas favoritas no rádio ou conhecer alguém que também gosta delas. Não é só questão de bom gosto.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
No ritmo da Virada
Alguns falam mal da organização e do público, mesmo quando é possível encontrar famílias inteiras andando de mãos dadas pelas ruas. Dizem que há confusão, referindo-se a uma briga que aconteceu dois anos atrás em um show dos Racionais – naquele dia, eu estava ali do lado e não vi nada.
Esquecem-se do objetivo do evento: promover cultura de forma acessível a todos – gratuitamente. Rock, samba, MPB, forró, teatro, cinema, exposição. Uma atração em cada esquina. E há desde nomes de pouco sucesso até atrações internacionais. Alguém, algum dia, já imaginou ver John Lord, ex-tecladista do Deep Purple, tocando com a orquestra sinfônica municipal?
É por essas e outras que gosto tanto da Virada Cultural. Essas 24 horas de atrações ainda nos reservam outras peculiaridades.
São momentos marcantes:
Essa é a única chance que o paulistano tem de andar durante a madrugada pelos arredores do centro de São Paulo sem ser assaltado. E, à noite, aquelas ruas ficam ainda mais lindas. As construções antigas ganham um novo brilho sob a luz do luar.
Em que outro evento é possível tomar café ao som de Matanza?
Os estilos se confundem:
Na aula de salsa, participaram vários cabeludos do metal. Destaque para um cara com camiseta do Manowar que aprendia a rebolar.
Perde-se a noção do tempo:
Em plena 7h da manhã, há pessoas bebendo cerveja e vinho.
A grama da Praça da República mais parecia uma volta aos anos 60, com hippies sentados, dormindo ou cantando.
Ignora-se as regras gramaticais:
Depois de cantar uma música em que parte da letra é “Só acredito no semáforo. Só acredito no avião. Eu acredito no relógio”, o vocalista do Vanguart soltou a melhor pérola da Virada Cultural:
- Eu só tenho duas PALAVRAS para vocês: FO-DA, disse, em alto e bom som, o frontman.
Bem, pelo menos, ele sabe contar até dois.
Só tenho uma reclamação a fazer: deveria ter mais lixeiras. Não foi à toa que a cidade amanheceu uma imundice. É falta de educação da população? É. Mas, se não há muitas latas de lixo, o que se pode dizer?
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Em cinco minutos
Pessoas ignorantes.
O que te faz sorrir?
Ouvir minhas músicas preferidas no rádio.
O que te faz chorar?
Chorar? Humm, eu não queria responder o mesmo que todo mundo - filmes -, mas eu chorei até com “Titanic”.
Depois dessas perguntas, respondidas para um programa de um grupo de alunos de Rádio e TV, fiquei pensativa. Será que só os filmes conseguem me comover? E quanto à vida real?
Ontem, enquanto fazia o caminho da faculdade, no metrô, igual a todos os bons anti-sociais, estava com o meu MP3 no ouvido. Tocava New Radicals:
Ninety miles outside chicago
Can't stop driving
I don't know why
So many questions
I need an answer
Two years later you're still on my mind
Whatever happened to Amelia Earhart
Who holds the stars up in the sky
Is true love just once in a lifetime
Did the captain of the titanic cry?
Estava na estação Sé e cantava uma música que, embora gostasse muito, fazia anos que não ouvia. Do meu lado, havia um garoto, aparentemente de uns 20 anos. Algo estava errado. Olhei melhor. Ele estava chorando. Tímido, olhava para baixo, colocava a mão na testa e chorava disfarçadamente. Era visível a dor que sentia. Enxugava o rosto e, cinco segundos depois, voltava a chorar. E chorava tanto que soluçava e as costas tremiam. Ele era mais alto que eu, mas, daquele jeito, parecia pequeno.
Eu não sabia o que fazer. Queria perguntar o motivo do choro, mas poderia ser inconveniente. Lembrei que, às vezes, gosto de estar sozinha, pensar e sofrer sem ninguém ao meu lado. Só que no aperto de uma das estações mais cheias do Metrô, é difícil estar sozinho. Mas ele estava. Queria abraçá-lo, envolvê-lo em meus braços e dizer que tudo ficaria bem. Não importava que era apenas um estranho. Vê-lo chorar, fez-me ter vontade de chorar também. Sou de peixes. E todo bom pisciano consegue sentir a dor alheia. Teria ele brigado com os pais? Alguém tinha morrido? O choro dele era incontrolável. Devia ter muitos motivos para estar daquele jeito. Enquanto isso, a música continuava:
Someday we'll know
If love can move a mountain
Someday we'll know
Why the sky is blue
Someday we'll know
Why I wasn´t meant for you
Does anybody know the way to Atlantis
Or what the wind says when she cries
I'm speeding by the place that I met you
For the 97th time..... tonight
Chegou um vagão, a porta se abriu e nós entramos. Eu acompanhava cada movimento dele. Queria fazer algo. Ensaiei o que poderia dizer. Mas tudo parecia idiota suficiente para o silêncio ser melhor. Pedro II. Brás. Bresser. Era a minha estação. Eu tinha que descer. E isso significava deixá-lo. Deixar para trás o estranho que tinha acabado de me cativar sem nem mesmo saber que fazia isso.
Eu desci. E não disse uma palavra.
Someday we'll know
Why Samson loved Delilah
One day I'll go
Dancing on the moon
Someday you'll know
That I was the one for you
(yeah yeah yeah yeah)
I bought a ticket to the end of the rainbow
I watched the stars crash in the seaIf
I could ask god just one question
Why aren't you here with me....tonight
Ok. Não sou tão insensível assim, mas sou covarde.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Na espera de um milagre
Ela não trabalharia mais em uma revista. Não viajaria para a Inglaterra. Nunca veria o Def Leppard e não dançaria “Hysteria” com seu amor platônico. E nem “The time of my life”. Na verdade, tudo acabaria e ele não saberia o quanto é importante. Há algumas pessoas que ela gostaria de dizer que ama, mas declaração perto do fim é tão clichê. Se em tanto tempo de convivência não perceberam a importância que tiveram, não seria um telefonema que os faria ter certeza.
As cinco cachorras também não farão festa quando ela chegar em casa. Porque não existirá mais casa, nem cachorras, nem ela, nem Dirty Dancing, Supernatural, Anos Incríveis, sexo, beijos, abraços, conversas longas, chocolate, Big Mac, rock, sertanejo, amigos, pizza de atum com queijo, sorvete de flocos, coca, risole de queijo, Rufles de churrasco, cerveja, provolone à milanesa, batata frita, bar, estrelas, noite, roxo, frio, mini-saia, botas, nem nada. O mundo está prestes a acabar. Em algumas horas, um meteoro atingirá o planeta.
Quem nunca imaginou o fim do mundo? A lista de filmes que encenam o dia apocalíptico não é pequena: “O Dia em que a Terra Parou”, “Eu Sou a Lenda”, “Guerra dos Mundos”, “Independence Day”, “Armageddon” e “Impacto Profundo” dão asas à imaginação. Entretanto, em exceção do longa interpretado por Will Smith – Eu sou a Lenda –, em que um vírus incurável expande-se pelo mundo, os demais falam sobre ataques extraterrestres e chuva de meteoros.
Como o fim do mundo por essas duas causas já está “batido”, neste exato momento, posso até imaginar o que passa pela cabeça dos roteiristas de Hollywood: gripe suína. Façam suas apostas: este tema vai “bombar” no próximo ano!
Brincadeiras à parte, espero que a ação fique apenas para os filmes. Porque, daqui a pouco, vai perder a graça. E as manchetes me assustam cada vez mais.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Notícias de hoje
Metrô News - Corinthians frita o peixe na Vila.
Cada um tem a sua linguagem. Não importa. A notícia é a mesma. Com direito a elogio do Pelé, Ronaldo fez dois gols e contribuiu para a vitória corintiana de 3 a 1. No próximo domingo haverá mais. O Santos que se prepare.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Em ritmo acelerado
Às vezes, pareço uma geminiana.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Chique no úrtimo
No episódio “Pinewood Derby”, que foi ao ar ontem, nos Estados Unidos, os personagens lutavam contra uma invasão de alienígenas. Para evitá-la, pediram ajuda a diversos líderes mundiais. E o Lula foi um deles.
Uns elogios de Obama aqui. Alguns empréstimos ao FMI ali. E pronto. Já estamos até em seriados americanos. Nosso líder populista não teve fala nesse capítulo, mas esperem só até a próxima piadinha. Afinal, a crise mundial não foi mesmo causada por branco de olhos azuis?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Novos mundos
Entretanto, algumas histórias pedem mais atenção. É preciso estar preparado para entendê-las. Ops, eu disse entender? Não. Alguns fatos estão além da nossa compreensão. Nosso estilo de vida nos limita. E não há como entender algo sem vivenciá-lo.
Vez e outra, minha mãe conta sobre a infância que teve: comia fruta direito da árvore, tomava banho no rio e fazia festa quando via um carro passar – automóveis eram raros onde ela morava, no interior de Alagoas. Nem consigo me imaginar nessas situações. Eu cresci na “cidade grande”. Mal podia brincar na rua. Era perigoso. Dormia ao som de carros, ônibus e caminhões. Respirava o ar poluído e atraente do centro urbano. Na verdade, ainda faço isso, pois, embora brincar na rua seja algo que deixei de fazer há anos, dormir e respirar ainda estão na minha lista de “coisas que preciso fazer”.
Mas essa comparação é boba. Quero ir além. Comecei a pesquisar sobre o Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti - antigo asilo-colônia Santo Ângelo - para o livro-reportagem que farei com meu grupo de faculdade. Ouvi e li alguns relatos de pessoas que tiveram que deixar amigos, familiares, casa e o que mais tivessem para construir uma nova vida. Foram isoladas do mundo porque apresentavam risco à sociedade: tinham hanseníase. Para quem não sabe, no começo do século passado, o DPL (Departamento de Prevenção à Lepra), na tentativa de impedir que a lepra se espalhasse pelo estado de São Paulo, encarregou-se de isolar todos que apresentassem sinal de hanseníase. O local escolhido foi Santo Ângelo - Mogi das Cruzes, São Paulo.
Aos que já leram ou assistiram “Ensaio sobre a cegueira”, não é difícil imaginar essa cena. Muitos foram internados ainda jovens. Vi uma entrevista com uma mulher que chegou até o hospital com 10 anos. Sessenta e quatro anos depois, ainda mora lá. Mas é preciso dizer que formou-se uma espécie de cidade em volta do hospital e, embora apenas habitado pelos doentes, chegou a ter prefeito, cadeia, bar, teatro e suas próprias leis. Hoje, há apenas uma lanchonete, um teatro abandonado, igrejas e casas habitadas pelos descendentes dos hansenianos. E muitos não têm mais a doença.
Falar sobre Santo Ângelo ainda é complexo para mim. Há muitas histórias. Preciso assimilar as informações que recebo. Cada vez me impressiono mais. Meu olhar brilha de empolgação e eu me entusiasmo ao falar, pois vejo um universo novo que pede para ser desvendado. No entanto, mesmo com meu fascínio, quem ouve essas histórias imagina personagens deprimidos. Perguntam-me se não é triste fazer essas visitas. E confesso que também pensei que encontraria pessoas deprimidas e melancólicas. Afinal, motivo é o que não falta.
Na verdade, olhamos para elas com a visão de quem estuda, trabalha, vai ao cinema, come no Mc Donald’s no final de semana e vai à praia no feriado. E quem foi que disse que é preciso fazer essas coisas para ser feliz? Uma pessoa não sente falta daquilo que nunca fez. Para dizermos que algo é ruim, necessariamente, precisamos conhecer algo melhor. E vice-versa. Como cada pessoa tem suas próprias experiências, o bom e o ruim são sempre relativos.
Não existe uma fórmula para ser feliz. A frase “não tenho do que reclamar” foi muito usada em todas as entrevistas que li. Não é porque estão numa colônia de portadores de hanseníase que não podem ser alegres. Fizeram amigos, namoraram, casaram, tiveram filhos, ficaram viúvos, casaram novamente. Esse ciclo funciona em qualquer lugar.
Há quem carregue histórias deprimentes, como a de ter que abandonar filhos e família, e há também aqueles que chegaram órfãos ao hospital. Claro que não escolheram ter hanseníase. Ninguém planeja uma doença. Mas já que tiveram, encontraram uma forma de ser feliz com o que tinham.
Nós, que ficamos deprimidos com coisas bobas, é que não conseguimos ver conexão entre uma doença e um sorriso. Então, nos surpreendemos ao encontrar pessoas tão sorridentes, carentes e felizes por Santo Ângelo. Como se todos tivessem que ser infelizes por não serem iguais a nós e não terem o mesmo estilo de vida que temos.
Há muito mais a ser dito. Minha mente borbulha em ideias e questionamentos toda vez que mergulho nesse trabalho, mas deixemos o restante para um outro post, porque esse aqui já está gigante.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Meu curioso caso
Ele fala de liberdade, amor, aceitar-se como somos e de apreciar e aprender com tudo que a vida pode nos proporcionar: desde paixões momentâneas até as perdas das pessoas que amamos. A vida fica linda sob a ótica de Benjamin e qualquer problema pode ser encarado de bom-humor dessa forma. Só esses motivos já seriam mais que suficientes para eu sentar na frente da tv pelas quase três horas de duração do longa. Mas não era só isso. Era minha mente querendo responder às perguntas que eu fazia a mim mesma. Tive certeza disso depois de rever as peripécias de um dos meus personagens favoritos.
As pessoas falam em carpe diem como desculpa para justificar ações inconsequentes, mas esse termo não é sinônimo de irresponsabilidade. Quer dizer aproveitar o momento, e não agir como louco para criar um. Alguns dizem que, às vezes, o meu racional fala alto. Mas é que não sou muito fã do efêmero. Assim como Benjamin, penso que não se deve forçar situações. Quando tem que acontecer, elas simplesmente acontecem. Naturalmente. Na hora certa. E isso não quer dizer que eu fique me preocupando com quando será a hora certa. Até porque o acaso adora nos pegar de surpresa.
Na verdade, eu queria ver o filme porque ele encena parte da história que eu já roteirizei. E dá o final perfeito para o que ainda não aconteceu. No fim, enquanto os créditos desciam pela tela, eu ria sozinha. Tinha descoberto porque esse curioso caso não saia da minha cabeça.
E claro que eu tive que apertar o pause várias vezes para anotar o que Benjamin disse em uma das cartas que escreveu para a filha:
Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou, no meu caso, muito cedo para sermos quem queremos.
Não há limite de tempo, comece quando quiser.
Você pode mudar ou não. Não há regras.
Podemos fazer o melhor ou o pior.
E eu espero que você faça o melhor.
Espero que veja coisas que o assustam.
Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes.
Espero que conheça pessoas com opiniões diferentes.
Espero que viva uma vida da qual se orgulhe.
E se você achar que não viveu.
Espero que tenha força para começar novamente.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Uma noite de Kiss
De fato, mover pessoas de estados como Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Curitiba e Santa Catarina, em plena terça-feira, não é uma tarefa fácil. Mas se é para ver o Kiss, os fãs não medem esforços. A frase “You Wanted the Best and You Got the Best. The Hottest Band in the World: Kiss!”, anuncia o que virá pela frente. Não estamos falando de um simples show, mas de um grande espetáculo, uma verdadeira festa de rock and roll.
E se é mesmo para divertir o público, efeitos especiais, explosões, chuva de papel e fogos de artifício não são nenhum exagero, mas uma extensão das canções e da própria proposta da banda, que é mostrar todo o prazer que o rock pode proporcionar. Assim, o visual e o sonoro se confundem. Não é à toa que o verso “I wanna rock and roll all nite and party everyday” é repetido por gerações.
E estar no meio da plateia, pulando, cantando - e até dançando - é uma sensação indescritível. Muito merecida depois da louca correria para a compra de ingresso. A banda Dr. Sin foi a escolhida para abrir o show dos mascarados. Ela teria a missão de aquecer os fãs, mas a ansiedade de ver a trupe mais divertida do rock foi tanta que, embora a banda dos irmãos Busic seja ótima, a ânsia para que o quarteto americano entrasse logo em ação foi clara. Mas eles sabiam que, pelo menos naquela noite, não eram a atração principal. Sucessos como “Fire”, “Miracle”e a famosa “Futebol, mulher e rock and roll” fizeram parte do repertório.
Depois da saída do Dr. Sin a expectativa aumentou, pois todos sabiam que a qualquer momento Simmons e cia poderiam subir ao palco. E eis que quando a cortina que estampava o nome da banda caiu, os fãs foram ao delírio. Sim, o Kiss entrou em cena. “Deuce”, seguida de “Strutter” e “Got to choose” abriram o show. Paul Stanley já é carismático por natureza e ficou mais ainda com a empolgação do público. "Todos estão se sentindo bem? Sentindo vontade de ficarem loucos? Estávamos com saudades de vocês, São Paulo", disse o guitarrista. Em seguida, atiçou todos com aquelas brincadeiras de rivalidade entre os shows de São Paulo e Rio de Janeiro. Em vários momentos, ele perguntava se os fãs queriam ir para casa. A resposta era negativa, claro. Então, atendiam ao pedido e continuavam tocando. "We love you" foi dito várias vezes.
Em “Rock and roll all nite”, aquela ideia de festejar o rock ganhou fôlego com uma chuva de papéis picados na pista vip. A plateia cantou a música com ainda mais entusiasmo. Era impossível não pular com um dos refrões mais conhecidos do mundo. A banda consegue transformar marmanjos em crianças. E quem é que não ergueu os braços e cantou sorrindo o hino do Kiss? Depois dele, encerrou-se a primeira parte da apresentação. Na volta, nossos heróis titânicos retornaram exibindo a bandeira do Brasil. Eles realmente sabem cativar o público. Músicas como "Lick it up", "I love it loud" e até "I was made for loving you" - criticada quando foi lançada - fizeram alegria do público na segunda parte do show.
Embora a formação clássica - e a preferida de muitos – seja com Ace Frehley e Peter Criss, é inegável que Eric Singer e Tommy Thayer são excelentes músicos. Com muita técnica, fizeram todos delirarem. Tommy com um longo e plausível solo em uma guitarra que disparava fogos de artifício e Eric “decolando” na bateria que soltava fogos e jatos de fumaça enquanto ele solava.
Mas o homem espacial e o homem gato não foram os únicos que tiveram seu momento de brilho. Gene encenou a famosa cena de cuspir sangue e, em seguida, foi levado à parte superior do palco por cabos de aço. Paul atravessou a pista vip e voou até as proximidades das torres de som para tocar “Love Gun”. Com o público já em êxtase, “Detroit rock city” fechou com chave de ouro. E já que aquela era uma grande celebração ao rock, o espetáculo terminou com o céu colorido com fogos de artifício. Felizes, os fãs deixavam a Arena Skol ao som de “God gave rock and roll to you”. Foram pouco mais de duas horas de animação.
É verdade que essas performances já eram previstas, mas estar diante delas é uma emoção única. Não há DVD que traga a mesma sensação. Foi um show recheado de movimentos e ações estratégicas. Não há como negar. E é aí que está o segredo da banda. Todos sabem o que vai acontecer, mas pagam para ver. E, diga-se de passagem, o preço não é barato. Mas vale.
Kiss - 07/04/09 - Arena Skol Anhembi
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Contagem regressiva
Agora, o ano é 2009. Um dia antes de ver o show de uma banda que, embora não seja a minha preferida, é aquela que ouço há anos e que nunca imaginei um dia ver. É quase um sonho. Apesar da ansiedade estar no limite, a ficha ainda não caiu. E só vai cair quando as cortinas se levantarem. Amanhã, na Arena Skol Anhembi.
Esse é aquele show que a gente guarda as lembranças para contar aos filhos, netos e bisnetos. E só a aventura que foi para comprar o ingresso já rende muitas risadas e faz os olhos de qualquer fã brilhar de empolgação.
I wanna rock and roll all nite!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Depois do dia da mentira
Hoje, quando vi uma notícia falando sobre cerveja em pó, procurei a data para ver se ela não foi escrita ontem e se, por isso, não seria uma pegadinha. Mas além da informação ser de hoje, tem até o link para a compra - custa £7.95. Curioso. Seria a evolução da cevada?
Para prepará-la é simples: mistura-se o pó com água bem gelada, mexe e pronto. Cerveja feita como suco. Mas sou desconfiada. Deve fazer mal. O suco em pó já faz. Prefiro a original, servida em garrafa. Sou conservadora e não me envergonho disso. E quanto ao álcool?
Não acreditei na propaganda e fui até o site simular uma compra. E eis o resultado!
Ah, não vou entregar o ouro, né? Que graça tem se eu falar?
terça-feira, 31 de março de 2009
Nos embalos de uma palavra
Êxtase: estado de espiritualidade intenso provocado pelo contato com o mundo divino.
Dicionário escolar da língua portuguesa/ Academia Brasileira de Letras. – 2. ed. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
Agora, é a palavra que parece dizer mais que a ocasião. De tão bonita, até assusta.
sábado, 28 de março de 2009
Prazer no fim da luz
Depois de ouvir tantos relatos sobre o assunto, como eu poderia acreditar nessa promessa? Parto é quase um assunto proibido em minha casa. O trauma da minha mãe é tanto que, além de não comentar sobre os dela, também troca de canal todas as vezes em que passa na tv alguma cena de bebês chegando ao mundo. A trilha sonora para esse momento são os berros que, embora saiam da boca de uma mulher, de femininos não têm nada.
Também nunca entendi porque alguns maridos insistem em filmar esses minutos. Para que guardar um filme dos momentos mais dolorosos da minha vida? Eu sei que, apesar de tudo, é um instante de felicidade. É uma criança que está nascendo. E também sei que talvez falte a sensibilidade materna nos meus comentários. Mas agora, nesse exato momento em que ter filhos é um plano para daqui a uns dez anos, nada disso entra na minha cabeça. Nem a filmagem, nem o prazer.
Contudo, a minha curiosidade é tamanha que eu até optaria por um parto com orgasmo. Que mulher não escolheria isso? É uma excelente troca. Já me rendi por menos. Mas, confesso, esta situação seria um tanto quanto estranha. Imaginem os médicos em volta de mim e eu, de pernas abertas, gritando de prazer. Sem câmeras, por favor! Seria constrangedor. Qual seria a reação dos médicos enquanto a minha cara exibisse satisfação? Quando alguém me perguntasse “como é ter um filho?”, eu poderia responder que, sem sombra de dúvidas, é uma sensação única, um prazer inigualável.
Na verdade, a matéria não foi um passo a passo. A diretora de um documentário sobre parto orgástico também não fez promessas. O objetivo é mostrar que o orgasmo é uma possibilidade:
“A mulher só precisa estar preparada psicologicamente, porque o corpo já está pronto. O hormônio oxitocina, conhecido como o ‘hormônio do amor’, ajuda a mãe a expulsar o bebê do útero e também é produzido pelo corpo durante uma relação sexual, quando a mulher está excitada. O corpo reage de maneira muito parecida nessas situações que parecem distintas, mas são complementares. O parto faz parte da sexualidade.”
sexta-feira, 27 de março de 2009
Nas vitrines da idade
Hommer Simpson, aquele personagem tão engraçado dos desenhos animados, tem uma parcela de culpa nessa história. Ele não se importa nem um pouco com o peso, adora doces e comidas gordurosas e sua atividade favorita é sentar no sofá, ligar a tv e tomar cerveja. Aliás, esse é o sonho de vários homens. Posso citar meia dúzia de colegas que o tem como ídolo. Em contrapartida, Marge, a mulher de Hommer, é magra, com direito a cintura fina e peitões.
No seriado “Um maluco no pedaço”, Philip Banks, tio de Will Smith, tem muito mais que cem quilos, enquanto a esposa, Vivian, exibe o corpo esbelto. Fred Flintstone também é gordo e, claro, a mulher dele, Wilma, é magra. E essa lista não para por aí: até o Dino, da Família Dinossauro, é gordinho.
Por mais louca que essas comparações possam parecer, se uma criança cresce assistindo a esses programas – e quem é que tem vinte ou trinta anos e nunca viu pelo menos um deles? -, vai ter a idéia, mesmo que inconsciente, de que não há problemas se o homem engordar, mas que a mulher tem que manter a forma. Não é que esse pensamento seja uma regra para todos que passaram horas de sua vida rindo com Hommer, Fred, Dino ou Philips, mas é mais fácil aceitar os padrões que nos acompanharam durante a infância. Estamos acostumados com eles e nossos olhos não vão reagir com estranheza.
É também quando somos crianças que elegemos heróis. E talvez eu nade contra a corrente porque meus personagens favoritos nunca foram as garotas chatas, nem as esposas perfeitas, e sim os caras desencanados, loucos, durões e engraçados. Na verdade, até hoje gosto desse perfil. Um dos meus personagens favoritos é Dean Winchester, da série Supernatural. Para ele, a diversão está no rock, na cerveja e nos hambúrgueres. Dessa forma, como posso pensar em rugas? Um dia eu sei que elas virão, mas quando esse momento estiver próximo, eu penso nisso. Afinal, preocupação também dá rugas, né?
quinta-feira, 26 de março de 2009
Problemas do mundo feminino – Parte II
- Você tem expressões de rugas.
- Ok, eu sei que preciso fazer peeling.
- O Brad Pitt está cheio de rugas e ainda é super bonitão...
- Mas ele é homem!
- E daí?
- Homens com rugas são charmosos.
- E mulheres com rugas, não?
- Claro que não! É que nem homem de cabelo branco.
- É bonito homem de cabelo branco?
- É charmoso!
- E mulher de cabelo branco?
- É velha! É que nem homem com barriguinha.
- É bonito homem com barriguinha?
- É charmoso.
- E mulher com barriguinha?
- É gorda.
- Ah, nãaao!
Inconformada, perguntei para um colega:
- Mulheres de cabelo branco são bonitas?
- Claro que não.
- Gente, isso é ridículo! Como as mulheres aceitam isso?
segunda-feira, 23 de março de 2009
Facetas do mundo virtual
Fazer uma comunidade expressando sua opinião, reunir pessoas que compartilham da mesma idéia e, depois, ser punido por expor seus pensamentos em um local que incentiva o diálogo.
Essas três linhas resumem o caso de João Carlos Naldoni Jr, um fisioterapeuta que poderá ter o registro profissional suspenso por um ano. O que fez? Criou uma comunidade que critica o conselho que rege a própria profissão. Um crime! Deve ser à toa que 846 membros dividem a mesma opinião. Discutir sobre a atuação de um órgão e trocar informações relacionadas à fisioterapia deve ser mesmo um caso de policia. Temos que assistir a tudo de boca calada.
Mas não para por aí, o mundo orkutiano ainda nos reserva outras contradições:
Colocar fotos para mostrar o quanto você é feliz, bonito, sociável e teve um final de semana legal, mas restringi-las aos amigos. Em seguida, fazer depoimentos para alguém que você gosta para que todos saibam o quanto determinada pessoa é importante para você.
Não deixar que ninguém, além de seus amigos, tenha acesso ao seu livro de recados, mas entrar em comunidades que revelam algo íntimo sobre você e participar dos fóruns de discussões que estão abertos a todos.
Querer privacidade em uma rede cujo objetivo é promover a integração e entrar no perfil de outras pessoas para saber sobre a vida alheia.
Pois é, o que esperar quando o que é privado e público se confundem e liberdade de expressão deixa de ser um direito?
sábado, 21 de março de 2009
Minha ausência
Lá se foram mais sessenta minutos. O tempo não precisa que eu faça algo para continuar a longa jornada sem fim. Sai correndo e não diz nada. Não espera. Não avisa que já está indo. Só vai. E não volta. Não alerta quando chega a hora certa. Existe hora certa?
Andamos em linhas paralelas e, um dia, quando a minha terminar, a dele vai prosseguir e nem vai dar tempo de me despedir. Mas eu odeio despedidas. Ele sabe disso.
E não adianta querer enganá-lo. Ninguém consegue. Acho que ainda tenho muito tempo, mas mesmo as linhas que se cruzam, não o fazem para sempre. E ele não avisa, embora eu cisme que costume dar pistas. Ainda tenho muito o que aprender. Mas não para e me diz se estou no caminho certo. Talvez porque não exista um. Ninguém anda em linhas retas.
Tempo. Mas que diabos é o tempo?
Sim, essa foi uma tentativa de justificar a semana ausente no blog. Foi o tempo.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Dia de festa
Devo admitir que sempre me impressiona: oferece alguns trabalhos extras, dá opções, faz sugestões, estende o trabalho para imagens, vídeos e textos. É o tipo de funcionário que todas as empresas precisam. Não consigo imaginar meu mundo sem ele. Mas tê-lo não é tão simples assim. Por isso, é preciso felling para saber extrair o que ele tem de melhor. É verdade que faz um excelente trabalho. Em contrapartida, exige o mesmo profissionalismo – o que é justo, claro. Tenho que ser específica e dizer exatamente o que quero. Não adianta simplesmente soltar meia dúzia de palavras e esperar que faça tudo sozinho. Com nossa contribuição, o resultado sai perfeito.
Hoje, sexta-feira 13 - a segunda do ano -, a rede mundial de computadores (World Wide Web) completa 20 anos. Sozinha, já fez uma grande contribuição ao mundo. Não contente, ainda trouxe nosso amigo de todas as horas, o funcionário exemplar, aquele que está sempre às nossas ordens: o Google. Esse garoto vai longe. Só espero que não seja tão ambicioso e domine o mundo. Porque se quiser, até consegue. Esta é minha singela homenagem ao mundo virtual.
terça-feira, 10 de março de 2009
Esses dias
“Tuesday just might go my way
It can't get worse than yesterday
Thursdays, Fridays ain’t been kind
But somehow I survive
Hey, man, I'm alive
I'm taking each day and night at a time
Yeah, I’m down but I know I’ll get by
Hey, hey, hey, hey man, I’ve got to live my life
Like I ain’t got nothing but this roll of the dice
I’m feeling like a monday
But someday I’ll be Saturday night”
Ao observar o mundo pela janela, de volta para casa, quando os ponteiros do relógio estão quase juntos, anunciando que em instantes será meia-noite:
“There's something wrong with the world today,
I don't know what it is...
Something's wrong with our eyes.
We're seeing things in a different way
And God knows it ain't His.
It sure ain't no surprise.
We're livin' on the edge!”
segunda-feira, 9 de março de 2009
Sobre a paixão nacional
sexta-feira, 6 de março de 2009
Primeiras histórias
Algumas situações são cômicas: o começo é desastroso e o momento nos abriga a agir. Mas claro que a graça só é vista no final, quando, apesar da tensão, tudo deu certo. Depois que o nervosismo se despede, novas idéias surgem. A criatividade posterior mostra que podemos ser melhores do que já fomos. É como um estímulo: que venha o próximo.
Mão na massa
Troca de pauta. Procura de entrevistado. Montagem de roteiro. Mudanças até o último momento. O Pauta Aberta está no ar. Assim foi a produção do primeiro programa. O entrevistado já foi no SBT, na Rede Cultura e em outros canais menores. Nesses lugares, foi levado ao estúdio de carro, recebeu lanche e ficou ao lado de pessoas experientes.
Nós, em uma tentativa de sermos simpáticos para compensar a paciência que ele teve na gravação, pensamos em pagar um lanche e uma bebida. Então, o levamos ao Extra, na Paes de Barros, a dois quarteirões da faculdade. Estudantes universitários não costumam ter muito dinheiro e os arredores não ofereciam grandes opções. Era isso ou algum dos bares com música alta, pegação e bêbados. Sem precisar pensar, fomos ao Extra. Comemos as famosas baguetes do hipermercado acompanhadas de Coca-Cola. Ele ficou apenas na coca.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Dizem por aí...
(Heinrich Robert Zimmer)
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Lar, doce lar
Depois de alguns dias regados a água salgada, sombra, ar fresco, cerveja gelada e areia macia, a conversa de mesa de bar voltou à ativa.
Nesse meio tempo, diálogos estranhos:
- Aqui não tem o que você está procurando – disse um estranho.
- Mas é isso aqui o que estou procurando – respondi, enquanto apontava para as giletes, na prateleira de um supermercado.
- Não leva dessa marca, você vai se machucar com ela – falou ele.
- Mas só tem dessa marca – rebati.
- Lá atrás deve ter as femininas. É melhor você procurar por elas.
- Tá bom! – respondi, imaginando que, por ele ser homem, deveria saber sobre o que estava falando.
(No fim, não achei as femininas e levei a masculina de marca desconhecida. Mas não me machuquei).
E algumas descobertas:
1. Existe um funk em homenagem ao pica-pau - aquele personagem dos desenhos animados. Uma ofensa a quem cresceu assistindo o inocente pássaro. Depois do grande sucesso de “Creu”, essa é a música da vez.
2. Definitivamente, praia é o lugar do funk, axé e pagode. Um prato cheio para quem gosta.
3. Protetor solar fator 50 e nada, são a mesma coisa.
Bastou voltar a capital para sentir a correria que esse ano será. Apesar das músicas, precisarei de mais finais de semana na praia.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
É brincadeira
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E já que São Paulo praticamente para no carnaval, este blog vai fazer o mesmo. Nos próximos dias, a conversa de mesa de bar será na praia. Afinal, cinco dias de férias não podem ser desperdiçados.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Meio desligada
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Em tempos de crise
Edguy. Iron Maiden. Deep Purple. Kiss. Heaven & Hell. Motörhead. A-HA. Oasis. Simply Red. The B-52.
Nós teremos o sonho realizado. Eles terão o bolso cheio de dinheiro. Nós ganhamos histórias para contar aos filhos e netos. Eles ganharão a conta bancária ainda mais farta para deixar de herança. São valores diferentes e, no entanto, únicos. No fim: todos ganham, todos saem felizes. E vale a pena.
Só mesmo sendo rock star para sobreviver à crise.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Protesto
No programa “Altas Horas”, exibido na rede Globo, durante a madrugada de sábado para domingo, há um quadro chamado “Eu protesto”. O nome é auto-explicativo. Acontece de uma forma muito simples: várias pessoas da platéia vão até o microfone e fazem um protesto. No último sábado, um deles foi:
- Eu protesto contra os preços dos vestibulares que são muito caros. Acho que estudante deveria pagar meia.
Sério. Disseram mesmo isso. Bem, vamos tentar entender: quando o garoto disse “vestibulares”, provavelmente, não estava falando da taxa cobrado para prestar o vestibular, que costuma variar de R$30 à R$100 reais, mas do preço da mensalidade, que em muitos casos é R$700, R$800, R$900, R$1000. A tendência é sempre aumentar. E não faria sentido reclamar de R$100 reais se uma mensalidade de R$900 o espera todo mês. Outra observação que merece destaque é que todos que fazem faculdade são estudantes. Sendo assim, se estudante tivesse o privilégio de pagar “meia” na mensalidade, logo, TODOS os universitários pagariam.
Ah! E o Serginho Groisman deve estar em treinamento com o Jô Soares. Deixar o convidado responder às perguntas deveria ser uma regra. Quinze minutos foi o meu recorde de tempo aguentando o programa. Isso porque o Alex Band estava lá. E falem o que quiser, mas acho a voz dele linda.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Foi mesmo apenas um sonho?
Ele desistiu do sonho de ir para Paris e ficou preso a um trabalho que não gosta. Ela deixou a carreira de atriz para se tornar mãe e ser dona de casa. Então, eis que surge uma fascinante idéia: deixar tudo o que têm - emprego, casa e uma vida confortável - e tentar algo diferente em Paris. Não importa se eles não conhecem ninguém lá. Ela pode conseguir um emprego temporário de secretária enquanto ele descobre o que realmente gosta de fazer. É preciso dizer que eles têm dois filhos, mas isso não atrapalharia a idéia deles. Afinal, há escolas em qualquer parte do mundo. E para que diabos é preciso ganhar muito dinheiro? Eles não precisam de nada disso. Ser feliz deve ser o bastante.
O mais interessante é que tudo isso parece loucura. É como dar asas ao desconhecido e confiar em algo incerto e novo. Quem acharia normal deixar tudo o que conquistou e partir para um lugar que não conhece carregando dois filhos, algumas malas e um punhado de sonhos? Pois bem, todos acharam isso uma grande loucura. Todos, exceto um louco. Sim, um louco, que acabou de sair do manicômio e toma remédios para a cabeça. Quem conhece “O alienista”, conto de Machado de Assis, vai se lembrar da história nesse momento. O louco é o mais normal, verdadeiro e sensato do filme.
E quando já estavam decididos a se mudarem, Frank recebe uma proposta de trabalho tentadora: um salário maior. A oferta começou a ser repensada quando April conta que está grávida. As brigas e os desentendimentos acompanham o casal desde o início do casamento, mas a idéia da mudança os revigora e traz um novo brilho em seus olhos. E então: buscar a felicidade onde estão e aceitar a oferta no trabalho ou jogar tudo para os ventos e arriscar uma nova vida e se entregar ao sonho que tiveram quando jovens? O que você faria?
Em “Foi apenas um sonho”, vários temas entram em discussão: será que é preciso de um novo lugar para recomeçar a vida ou é possível fazer isso em qualquer parte? É mais importante fazer algo que gostamos ou o salário também deve ser avaliado? O que é loucura? O que é ser racional? É preciso estar louco para querer realizar um sonho e não ter mais que vontade para conseguí-lo? Será que para se casar e ter filhos é preciso desistir de tudo o que sonhamos? Não importa quais serão os questionamentos, pois eles poderão variar de acordo com o sexo, a idade e o estilo de vida de cada um, mas com certeza todos que assistirem a esse longa-metragem irão sair da sala de cinema com vários pontos de interrogação.
Assistam!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Perdidas no tempo
- Nossa, ele tem 30 anos e já tem dois filhos?
Um minuto depois:
- Er, a minha mãe tinha dois filhos com 30 anos. E a sua já tinha três.
...
- Mas essa mulher não faz nada. É por isso que ela é assim. Pow, vai trabalhar, vai fazer alguma coisa da vida.
- Peraê, o filme acontece nos anos 50. Mulheres não costumavam trabalhar nessa época.
...
Maldita mania de ver o mundo baseando-se apenas em nosso estilo de vida.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Em fúria
“Placas de gesso do teto do templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no centro de Campinas (SP), desabaram no início da noite desta quarta-feira. De acordo com informações da Defesa Civil, cerca de 200 pessoas participavam do encerramento de um culto no momento do acidente” Fonte: IG
Hummm, Deus não deve estar muito contente, né? HAHA
Desculpem, não resisti à piada.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Começo do fim
- Mãe, hoje tem trote na faculdade.
- Então, você vai chegar cedo em casa, certo?
- Errado. Então, eu vou chegar tarde em casa.
- Sabia...
A ficha está quase caindo. Quarto ano. Último ano. Isso assusta um pouco. É uma mistura de sentimentos: ansiedade, medo, alegria, nostalgia. Outro dia estava pensando em fazer pós-graduação, mas não reparei que, naquele momento, fazia planos para um futuro próximo. No final do ano passado, no blog de um dos melhores professores que já tive - não foram muitos -, estava a seguinte mensagem: “A todos os leitores, um ótimo 2009. (A quem vai fazer TCC, um ótimo 2010)”. Medo. O que será desse ano?
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Selo
Para postá-lo tenho que seguir essas regras:
1- Exiba a imagem do selo "Olha Que Blog Maneiro" que você acabou de ganhar.
2 - Poste o link do blog que te indicou.
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
Vamos lá:
1-
Aventuras de um Virginiano
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Do cartório à cadeia?
Uma das justificativas que apresentam é que se as pessoas que têm tais nomes forem tratados de forma diferente pelos outros, podem ter dificuldades de se relacionar e, consequentemente, agir de forma violenta. Outra explicação é por não gostarem, de forma consciente ou não, de como são chamadas. Para mim, é uma somatória de fatores que leva alguém a ser criminoso. E se o próprio nome for realmente um fator, com certeza é o de menor importância. De qualquer forma, agradeço minha mãe pelo “Andréia”. E eis que me pergunto: O que terá acontecido com Risonaldo e Risolândia?