sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O que os olhos veem, é o que se espera ver na mesa

Publicidade é tudo. Principalmente quando se está com fome. Na hora de escolher o prato, o fator decisivo não será o nome dos ingredientes, mas sim a imagem. Quando a foto é caprichada, a boca saliva, os olhos arregalam, a barriga ronca, só para mostrar o quanto precisa ser alimentada, e o dedo vai em direção à figura:

- É esse aqui que eu quero!

Outro dia, essa atitude, tão comum a quem está faminto, fez-me questionar por que é que a minha mente gorda não aprende, de uma vez por todas, que a imagem não é o mais importante. Trata-se apenas de um truque de publicitários filhos-da-puta que usam photoshop para deixar a foto da sua futura refeição mais saborosa para os olhos. Se trabalhassem em conjunto com os chefes de cozinha, seria ótimo. Mas ao contrário, preferem iludir os pobres esfomeados.

Observem:


Foi esse maravilhoso e apetitoso hambúrguer, repleto de cheddar, que eu pedi em um dos restaurantes do Habibbs.

Mas o que chegou na minha mesa foi isso:


Apenas isso.

Odeio publicitários.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Paixão de adolescente

Aos 57 anos, morre o ator americano Patrick Swayze


Na primeira vez que o vi, eu era uma criança. Mas lembro de tê-lo achado bonitão. Na segunda vez, pelo menos uns dez anos já haviam se passado. O contexto era outro. Sabia que conhecia aquele rosto. Encantei-me ainda mais. Vendo-o dançar, eu quis levantar e imitar os passos. Seu sorriso me intimidava e seu olhar me deslumbrava.

Entre tanto fascínio, não percebi que o tempo passou para mim e também para ele. Em 1987, quando fazia sucesso em “Dirty Dancing – Ritmo Quente” e já tinha por volta de 30 anos, eu chegava ao mundo. Três anos mais tarde, ele estava no auge do sucesso com “Ghost – Do Outro Lado da Vida” e eu ainda usava fraudas. Quando assistia seus filmes na TV, tratava-se de reprises. Aquele rosto que eu via, na vida real, já apresentava os sinais da idade.

Hoje de manhã, quando li que Patrick Swayze morreu, lamentei. E aqui fica uma singela homenagem de quem, mesmo depois dos 20 anos, ainda delira com o personagem Johnny Castle e chora com Sam Wheat.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Força inexorável?

Destino. Alguns acreditam que é possível lê-lo pela borra de café. Outros afirmam que pelas linhas da palma da mão é possível não apenas ver o futuro, mas também o passado, o presente e até parte da vida passada. Algumas religiões acreditam em sina e, segundo elas, nossa vida inteira já estaria traçada antes mesmo de nascermos.

Sinceramente, acho que cada um constrói o próprio futuro, mas penso que algumas pessoas estão predestinadas a passar pela nossa vida. Elas aparecem despretensiosamente, mas, se analisarmos melhor, poderiam ter surgido de inúmeras formas. A impressão que dá é de que teríamos as conhecido de uma forma ou de outra.

Por esta razão, às vezes me rendo ao verso “deixa a vida me levar”. É mais fácil pensar assim. É como abrir os braços e boiar esperando que a água nos leve para onde ela quer. Entretanto, vez e outra surgem algumas decisões que, pelo menos aparentemente, podem mudar todo o rumo percorrido até então. E dá medo. Dá medo de errar. De afastar pessoas que gostamos e situações que queremos vivenciar.

Na minha visão, magoar quem gostamos é como magoar a si próprio. Mas deixar de fazer o que desejamos para não magoar outras pessoas também é uma forma de se magoar. O interessante é que se me dessem essa questão para resolver algum tempo atrás, teria a resposta na ponta da língua. Mas quando o caso é com a gente, é sempre mais complicado. E, agora, eu não sei a resposta.