sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Nada sei

Tem gente que não sabe ficar sozinho. Conhece e já começa a namorar. Tem gente que foge de namoro. Gosta de ser livre. Tem gente que não gosta de repetir parceiro. Não quer se envolver, nem se apegar. Medo de se apaixonar. Tem gente que a gente acha que ama, que amou. Tem gente que acha que sabe o que é amor.

Taí. Eu não sei o que é amor. Tenho uma vaga ideia do que seja. Mas não sei se sei. Penso que trata-se de algo que a gente não consegue escolher se sente ou não. Apenas sente. E que vai além de trocas, de reciprocidade. Sobrevive por gerações. Mas outro dia um amigo me disse que o amor é como uma planta, que nasce, cresce e, se não é regada, pode morrer. Não sei. Não sei se concordo.

Tem gente que diz que ama, mas vive brigando com o outro. Isso é amor? Tem gente que diz que ama, mas quer prender, não deixa a outra pessoa livre. Isso é amor? Tem gente que ama, mas não tem coragem de falar, guarda para si próprio por medo de sofrer. Isso é amar?

Outro dia ouvi que o amor mais forte é aquele impossível. Ele nunca acaba, porque nunca começa. Parece o sentimento mais puro do mundo para quem o sente, mas é ilusório. Ele é o que a gente sonha. E a gente sonha muito. Sonha errado. E se engana.

Mas será que o amor não pode ter várias definições? Não pode estar presente de várias formas? Costumo citar a frase de Nelson Rodrigues: ‘Todo amor é eterno. Se não é eterno, não era amor’. Mas não pode ser eterno enquanto dura? Não sei. ‘Só sei que nada sei’.