domingo, 30 de dezembro de 2012

Alguém tem de ceder


Tantos textos que comecei e que não terminei. Conversas que não tive. Discussões que ignorei. Às vezes é melhor deixar para lá. Não fazemos sempre o que queremos, mas o que é melhor - ou o que acreditamos que seja o melhor. Não precisamos discutir todas as vezes que discordamos. Não precisamos sair de uma briga com a razão – ainda que a tenhamos. Não precisamos provar sempre que estamos certos. E podemos estar errados. Na verdade, podemos tudo. Mas nem sempre devemos.

Tem discussão que não vai chegar a lugar nenhum. Há verdades que não precisam ser ditas e nem provadas. Nem tudo vale a pena. Com o tempo, a gente percebe que as pessoas pensam diferente. E isso é ótimo. Nem todos precisam concordar com a gente. E não temos que fazer os outros mudarem de ideia. Cada um pensa o que quer.

Há coisas pequenas e grandes, que magoam mais ou menos. Às vezes, fazemos o que não queremos para agradar quem gostamos. Abrimos mão de determinadas coisas por um bem maior. É assim que se vive civilizadamente. Alguém tem de ceder. Não necessariamente concordar, mas ceder. Fazemos isso por quem realmente nos importa. O orgulho teima em falar alto, mas sabemos que toda ação gera uma reação, que toda atitude gera uma consequência.  E o preço pode ser alto demais. A gente coloca tudo na balança e escolhe.

E depois não adianta lamentar. A gente faz o que quer, mesmo sem querer fazer. Melhor dizendo, a gente faz aquilo que acha que tem de fazer. E se tem de fazer, é melhor que seja sem reclamar para que a contradição de não querer pareça menor. A gente reclama por dentro, mas sabe que só faz aquilo que é rentável. No fim das contas, não é fazer pelo outro, mas fazer por aquilo que queiramos que aconteça e que acreditamos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Jogo de adultos

Quando a gente começa uma tarefa, é para terminar. Ir até o fim. Começa a ficar difícil e vira questão de honra. Mas a gente aprende ainda pequeno que o importante é competir. E que nem sempre vamos ganhar. Conselho sábio. Mas na vida adulta, os jogos vão além de uma partida de futebol ou de vôlei. São trabalhos e negócios. E quando se perde, não se trata de uma partida. O resultado - ou a falta dele - não está no placar. Há muito mais envolvido. E a gente se consola com aquelas lições ensinadas lá naquela época em que éramos crianças. Onde tudo começa e os valores são estabelecidos. Lá, no meio de um jogo quando o professor assopra o apito, há mais em campo. Anos e anos depois, a gente reconhece quem eram os que sabiam perder de cabeça erguida e os que insistiam e queriam brigar com o time vencedor.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Coisas que todo homem deveria saber


Mulheres não precisam ser entendidas. Elas só precisam ser ouvidas. Os homens não precisam ser bons em conselhos e nem em animar alguém. Apenas precisam ouvir. Só isso. Simples assim. A gente fica bem depois que fala. Mas aguenta, porque gostamos de falar. Sobretudo, quando estamos nos sentindo péssimas. E às vezes nos sentimos assim. É normal. Passa. Ah, abraços também resolvem. Quando alguém está mal, fica carente. Levá-la ao bar para tomar cerveja, deixá-la falar e mostrar-se interessado é uma alternativa – e das boas. E se a noite terminar com um bom sexo, melhor ainda. Pronto. É isso.

Os homens não precisam entender a parte técnica. Apenas saber como acontece. Até Charlie Sheen, por menos compreensível e romântico que seja, diz em um episódio de Two and Half Men que o segredo é dizer ‘I understand’ depois que a mulher termina de falar. Essa é a essência. A gente se sente bem quando é ouvida. Na maioria das vezes, só queremos desabafar. Não diga que estamos chatas e que só quer nos ver quando esse momento passar. Porque, sim, há homens que dizem isso. Ninguém é feliz o tempo inteiro. E, ok, nos esforçamos para ficar sempre bem. Só que às vezes a sanidade foge ao alcance. Todos têm direito de um momento assim. E se gostamos da pessoa, não nos custa ter um pouco de paciência, né?