Ter pela metade ou não ter? A frase pode ser aplicada em diversas situações e, embora o conceito seja o mesmo, a resposta pode variar de acordo com o caso. Mas não ter por inteiro é quase como não ter. Então, tanto faz. Mas ter um pouco tem poder ilusório. A gente acha que tem, mas não tem. E dá trabalho se desapegar do pouco. A gente sofre por migalha. E não deveria.
Também sofre antes da hora, é verdade. Mas, às vezes, a situação é tão evidente que não há como negar. E, como dizem, é melhor não esperar nada. E o que vier – se vier -, é lucro. Mas nem sempre a gente lucra. É preciso saber perder. Ou simplesmente não ganhar. E se eu teria feito diferente? Até teria. Mas isso hoje, com a experiência adquirida depois de tanto tempo. Na época, aquilo foi o que eu tinha para oferecer.
É triste perder tempo. Pensar em anos gastos e um único objetivo que não foi alcançado. Mas eu não tenho pressa. Sei que a paciência é um dom. E eu sei esperar. Também não tenho receio de mudar. Essa história está me modificando e eu ainda não tenho uma opinião formada a respeito. E não vejo problema nisso.
Tem dor que a gente pressente. Mas a dor já não me assusta. Eu fecho os olhos e deixo ela vir. Suspiro e respiro fundo como se isso fosse fazer doer menos. Sei que não vai, mas é só o corpo tentando se defender. A dor é importante para a transformação. Não adianta querer pular etapa. Sei que vou me machucar. Mas preciso disso para me desapegar.