quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Estava pensando...

Às vezes nos fechamos para o mundo. Achamos que ele é cruel, que as pessoas são más e que não há o que fazer. No entanto, se no fundo acreditássemos mesmo nisso, não teríamos amigos, não sairíamos de casa, não nos relacionaríamos com outras pessoas e, por fim, não faríamos planos. Mas sonhamos, imaginamos, compartilhamos idéias e experiências, pensamos no futuro e, por várias vezes, queremos mudar o mundo ou, pelo menos, a pessoa que está ao nosso lado. Nos meus vinte e um anos de vida conheci gente que não merecia sequer estar viva. Já outras valiam cada segundo que eu gastava estando ao lado dela. Nada é tão ruim que não possa ser aproveitado e nada é tão bom que não possa ser melhorado. Ontem, algumas horas abriram muito a minha mente. Quem estava lá deve ter pensado o mesmo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

À moda antiga

No final do século passado, vários jovens lutaram pelas Diretas Já. Alguns anos depois, Cazuza cantaria os versos: "Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder". No começo dos anos 90, pintaram as caras e saíram nas ruas para exigir o impeachment de Collor. Mas o que dizer desse começo de milênio? Parece que a juventude está mais tranqüila. E não é que o mundo esteja perfeito. Na verdade, ele continua com os velhos problemas de sempre. A impressão que dá é que se acostumaram com o que vêem. Antigamente, os jovens aprendiam a tocar vários instrumentos e montavam as próprias bandas. Hoje em dia, eles baixam algum jogo como o Guitar Hero e limitam os conhecimentos musicais ao controle do videogame. Aquele amor descrito nas músicas e retratado em filmes também parece que deixou de existir. Ao mesmo tempo em que andar de mãos dadas e ganhar chocolate com rosas se tornou algo brega, o relacionamento aberto e o sexo casual ganharam vez. Para provar que se ama alguém basta colocar o status "namorando" no Orkut. Ah! E as relações também ficaram mais frias. Aquele jogo de olhares e sedução perdeu lugar para aquele xaveco de MSN. Eu acho que nasci na época errada!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O cobrador

Disse outro dia para alguém: "Todas as nossas ações são feitas baseadas em algum tipo de interesse. Independente da intensidade". Acredito mesmo nisso, embora pense que os interesses possam ser recíprocos e que isso não é necessariamente ruim. Ainda mais quando conhecemos esse jogo. No entanto, uma pessoa me deixa intrigada.

Há um tempo, quando voltava para casa da faculdade, uma mulher fazia a viagem comigo e descia no meu ponto. Só que o cobrador, sabendo que ela morava um quarteirão acima do ponto de ônibus, pedia para o motorista parar na rua dela. Eu, confusa e com sono, descia junto com ela. Afinal, a distância seria a mesma, pois eu moro entre o lugar em que o ônibus pára e onde ele deveria parar.

Já faz muito tempo que eu não volto para casa com essa mulher, mas todas as vezes em que esse cobrador está, ele pede para o motorista me deixar nessa mesma rua. Para mim não faz diferença, mas ele faz isso sempre. E diante de pessoas que se demonstram cada vez mais frias, acho a ação dele tão bonita que não tenho coragem de dizer que não precisa parar lá.

Essa história pode até parecer idiota. Eu sei. Mas ela me faz ver que ainda existem pessoas boas. Ele não ganha nada com isso. Há coisas que são tão pequenas e ao mesmo tempo tão importantes. Então eu agradeço e, inevitavelmente, desço com um sorriso na cara. Deveria existir mais pessoas assim!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Desabafando...

"Cachorro velho não aprende a fazer xixi no jornal". Ouvi essa frase uma vez e concordo plenamente. Só que não atribuo o significado de 'velho' a idade, mas a pessoas com opiniões formadas sobre tudo. Quando o orgulho fala mais alto e concordar com o outro deixa de ser uma possibilidade, se torna impossível conversar com alguém. Gosto quando me provam que eu estou errada. Isso faz eu ter admiração pela pessoa. Deve ser horrível sempre ter razão, porque tornaria alguém o dono da verdade e, muito provavelmente, essa pessoa se sentiria superior. Além de perder o contato com o outro, o conhecer novos pontos de vista, novas concepções e outros estilos de vida. A verdade não é um bem privado e, portanto, não pertence à meia dúzia de pessoas. É por isso que sou adepta daquela tal frase: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Pena que nem todos pensam assim e, sobretudo, que eles tenham a hierarquia maior que a sua.

Ah... Não acredito!

Quem é que não gosta de Chaves? Conheço muito marmanjo que até hoje assiste ao seriado, mesmo conhecendo todas as falas e sabendo exatamente tudo o que vai acontecer. Mais que isso, todos continuam rindo! Digam-me qual o programa de televisão ou seriado que conseguiu a mesma proeza? Dá para contar nos dedos, né? Pois agora pasmem! Ele foi considerado o programa mais violento da TV equatoriana! Isso por conta dos cascudos que Chaves recebe do Sr. Madruga. Para quem não sabe, esse seriado passa aqui no Brasil desde o começo dos anos 80. São quase três décadas. São três gerações que acompanharam/acompanham uma das melhores comédias do mundo, na minha opinião.

Violento? Bah! Deveriam rever o conceito que têm sobre violência. Os fãs de Chaves são é bobos e engraçados. Isso sim!

Quem quiser ler um pouco mais clique aqui.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O que dizer?

O poder e a ambição são assuntos curiosos para mim. Eles corrompem o ser humano e desfazem em um segundo tudo o que ele sempre pregou ser. Pensei nisso outro dia quando estava 'tirando uma' com minha mãe por ela já ter votado naquele cara que um dia disse "Votem no Pitta. E se ele não for um bom prefeito nunca mais votem em mim". Anos depois ele diria "Eu errei, quem nunca errou". Se preferirem, ele também é autor da pérola "Estrupa, mas não mata". Só que hoje a Academia Brasileira de Letras considera correto o verbo "estruprar". Sorte dele, mas agora é tarde. A pessoa em questão já foi por inúmeras vezes ridicularizada por tal frase. Voltando ao assunto inicial, minha mãe respondeu a minha provocação dizendo "Tá, ele roubou, mas me diz quem é que chega lá e não faz o mesmo?". E eu me calei, pensando no partido em que eu votei e vi corrompido no poder, depois de décadas falando mal dos outros. Eles chegaram lá e fizeram o mesmo, né?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Como é que pode?


Não lembro tanto da minha infância, mas uma das poucas memórias que me acompanham é que nas aulas de educação física do primário a gente ia com maiô por baixo do uniforme. Nos trocávamos na sala de aula mesmo. Alguns enrolados na toalha, outros não, íamos em fila todos contentes para a piscina. Era diversão total. E ninguém se importava com o cabelo armado depois da brincadeira. Maquiagem, depilação, esmalte, roupas. Quem se importava com isso?

Todavia, contudo, entretanto, porém, como é que trocaram a garotinha que deveria ter cantado na abertura das Olimpíadas porque ela não era bonita? Quem foi que disse isso? Tá, a menina é gordinha e têm dentes tortos, mas é só uma criança! No lugar, colocaram outra dois anos mais velha, magra e blá blá blá. Coitada da garota. Como é que concordaram com isso? Acho que o país terá que pagar anos de terapia para ela. Imaginem a garota anos mais velha pensando: "Eu sei que tenho uma voz bonita. Até cantei nas Olimpíadas de 2008 aqui na China. Aliás, só cantei mesmo. Como eu não sou bonita, colocaram outra menina para dublar minha voz. A vadia ficou diante de 91 mil pessoas e milhões de telespectadores, foi aplaudida e elogiada, mas ninguém sabia que a voz não era dela".

Na janelinha

Hoje o dia está estranho e assisto a situações cada vez mais contraditórias e, embora compreensíveis, nada justificáveis. Mas como não gosto de escrever sobre assuntos muito pessoais, ainda mais quando não se tratam de mim, vou falar sobre outro fato que também me parece muito contraditório. A Rússia começa a bombardear Geórgia para que o país não inicie novos ataques a duas regiões separatistas pró-russas. Isso para enfraquecer militarmente a Geórgia. Depois de conseguir, diz que cessará fogo caso eles assinem um documento de não-uso de força. Caso contrário, tomarão outras providências. Isso não é impedir a violência com mais violência? O_o'

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Havia uma época...

Havia uma época em que eu ia questionar um professor sobre minha nota e ele me provava que eu estava errada. Eu até desistia de ganhar alguns pontos antes que, ao invés disso, perdesse. Havia uma época em que eu desmarcava bar e chegava mais tarde em casa para assistir uma aula. Havia uma época em que eu falava dos meus professores como heróis, meus olhos brilhavam e eu tinha orgulho de tê-los. Até hoje faço citações deles e quem me conhece deve ter ouvido falar de pelo menos um dos meus maiores ídolos.

Acho que esse tempo acabou!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Vou falar...


"Brasil, meu Brasil Brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingá
Ô Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor ..."


Os fãs de João Gilberto que me perdoem. Sei quem ele é, sei da importância dele na música brasileira, mas preciso dizer isso. Como é que um cantor nacionalista faz um show no próprio país e cobra R$2.100,00 em um ingresso? Entendo que não é ele quem estipula o valor, mas me parece muito contraditória essa situação. Vamos pensar um pouco. Uma banda internacional quando vem ao Brasil dá despesas nas passagens de avião, no transporte dos instrumentos, na hospedagem e blá blá blá... Mesmo assim, uma banda gringa não cobra nem metade do valor cobrado no camarote para o show dele no Rio de Janeiro, que acontecerá no próximo dia 24. Não quero desmerecê-lo, nem falar mal da música dele e muito menos dizer se esse preço vale ou não para vê-lo. Só achei um tanto quanto irônico pagar mais de dois mil para ver alguém nacionalista. Pronto, falei!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Nas telinhas da tv

Todos devem se lembrar de ver no noticiário de sexta aquele caso de uma mulher que foi mantida refém de um homem na Praia da Enseada, né? Sim, essa notícia já passou, mas em conversa de mesa de bar nenhuma notícia é velha e todas podem ser debatidas novamente. Uma coisa nessa história me deixou muito pensativa. Eu estava no meu dentista e a tv estava ligada. E adivinhem....Só falava sobre esse seqüestro. Aliás, as cenas foram repetidas incansavelmente, acompanhadas das informações que chegavam a todo o momento. Contudo, o final da história, que foi o momento em que o seqüestrador deu um tiro na própria cabeça não foi mostrado na televisão. Tá, essa cena é muito forte para ser mostrada. Concordo. No entanto, a primeira notícia divulgada foi que um policia atirou no homem. Essa informação foi repetida várias vezes. Um tempo depois, corrigiram o que disseram. Quem atirou foi o próprio cara. Na delegacia, o depoimento dado pela jovem mantida em refém confirmou quem foi o atirador. O seqüestrador que se matou.

Na manhã de hoje, uma família de sete pessoas ficou refém de dois homens em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Os bandidos invadiram a residência para roubar um supermercado que há no fundo da casa. Depois de uma denúncia anônima, os policiais chegaram ao local. Após mais de quatro horas, os assaltantes se entregaram e, segundo os policiais, todos estão bem. Aparentemente, não sofreram agressões físicas. O mais interessante foi o pedido que os seqüestradores fizeram. Eles exigiram que a imprensa estivesse no local. O motivo? Eles alegaram que queriam preservar a integridade física. Bem... Com a mídia presente é de se imaginar que os policiais terão cuidado em suas ações e vão pensar três vezes antes de atirar.

Todo mundo também lembra daqueles ataques do PCC aqui em São Paulo, certo? Então, conseqüentemente, também lembra da cobertura que a mídia fez. Informações falsas e sensacionalismo fizeram as pessoas entrarem em pânico. Escolas e faculdades não tiveram aula, comércios não abriram, empresas dispensaram os funcionários mais cedo, vários nem saíram de casa. Pois é, a imprensa tem um enorme poder porque as pessoas acreditam nela. Esse é um assunto que renderia horas e horas de conversa. Mas a pergunta que faço é: Até que ponto a cobertura da mídia ajuda ou atrapalha nas ações militares?


Quem quiser ler mais sobre a mulher que foi mantida refém na praia de Guarujá clique aqui. Já os interessados no caso do seqüestro relâmpago que aconteceu hoje clique aqui.