segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Nas telinhas da tv

Todos devem se lembrar de ver no noticiário de sexta aquele caso de uma mulher que foi mantida refém de um homem na Praia da Enseada, né? Sim, essa notícia já passou, mas em conversa de mesa de bar nenhuma notícia é velha e todas podem ser debatidas novamente. Uma coisa nessa história me deixou muito pensativa. Eu estava no meu dentista e a tv estava ligada. E adivinhem....Só falava sobre esse seqüestro. Aliás, as cenas foram repetidas incansavelmente, acompanhadas das informações que chegavam a todo o momento. Contudo, o final da história, que foi o momento em que o seqüestrador deu um tiro na própria cabeça não foi mostrado na televisão. Tá, essa cena é muito forte para ser mostrada. Concordo. No entanto, a primeira notícia divulgada foi que um policia atirou no homem. Essa informação foi repetida várias vezes. Um tempo depois, corrigiram o que disseram. Quem atirou foi o próprio cara. Na delegacia, o depoimento dado pela jovem mantida em refém confirmou quem foi o atirador. O seqüestrador que se matou.

Na manhã de hoje, uma família de sete pessoas ficou refém de dois homens em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Os bandidos invadiram a residência para roubar um supermercado que há no fundo da casa. Depois de uma denúncia anônima, os policiais chegaram ao local. Após mais de quatro horas, os assaltantes se entregaram e, segundo os policiais, todos estão bem. Aparentemente, não sofreram agressões físicas. O mais interessante foi o pedido que os seqüestradores fizeram. Eles exigiram que a imprensa estivesse no local. O motivo? Eles alegaram que queriam preservar a integridade física. Bem... Com a mídia presente é de se imaginar que os policiais terão cuidado em suas ações e vão pensar três vezes antes de atirar.

Todo mundo também lembra daqueles ataques do PCC aqui em São Paulo, certo? Então, conseqüentemente, também lembra da cobertura que a mídia fez. Informações falsas e sensacionalismo fizeram as pessoas entrarem em pânico. Escolas e faculdades não tiveram aula, comércios não abriram, empresas dispensaram os funcionários mais cedo, vários nem saíram de casa. Pois é, a imprensa tem um enorme poder porque as pessoas acreditam nela. Esse é um assunto que renderia horas e horas de conversa. Mas a pergunta que faço é: Até que ponto a cobertura da mídia ajuda ou atrapalha nas ações militares?


Quem quiser ler mais sobre a mulher que foi mantida refém na praia de Guarujá clique aqui. Já os interessados no caso do seqüestro relâmpago que aconteceu hoje clique aqui.

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