segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O cobrador

Disse outro dia para alguém: "Todas as nossas ações são feitas baseadas em algum tipo de interesse. Independente da intensidade". Acredito mesmo nisso, embora pense que os interesses possam ser recíprocos e que isso não é necessariamente ruim. Ainda mais quando conhecemos esse jogo. No entanto, uma pessoa me deixa intrigada.

Há um tempo, quando voltava para casa da faculdade, uma mulher fazia a viagem comigo e descia no meu ponto. Só que o cobrador, sabendo que ela morava um quarteirão acima do ponto de ônibus, pedia para o motorista parar na rua dela. Eu, confusa e com sono, descia junto com ela. Afinal, a distância seria a mesma, pois eu moro entre o lugar em que o ônibus pára e onde ele deveria parar.

Já faz muito tempo que eu não volto para casa com essa mulher, mas todas as vezes em que esse cobrador está, ele pede para o motorista me deixar nessa mesma rua. Para mim não faz diferença, mas ele faz isso sempre. E diante de pessoas que se demonstram cada vez mais frias, acho a ação dele tão bonita que não tenho coragem de dizer que não precisa parar lá.

Essa história pode até parecer idiota. Eu sei. Mas ela me faz ver que ainda existem pessoas boas. Ele não ganha nada com isso. Há coisas que são tão pequenas e ao mesmo tempo tão importantes. Então eu agradeço e, inevitavelmente, desço com um sorriso na cara. Deveria existir mais pessoas assim!

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