domingo, 3 de janeiro de 2010

O dia depois de amanhã

Às vezes, esperamos tanto por algo e quando finalmente acontece não sabemos como reagir.

Quando terminei o colegial e consegui uma bolsa na faculdade, aparentava ter 14 anos e não me achava pronta para entrar no ensino superior. Eu havia estudado muito para isso, mas a cara e os pensamentos de criança não colaboravam para que eu me imaginasse como uma universitária. Essa palavra era pesada e agregava uma responsabilidade e uma maturidade que eu ainda não tinha.

Quatro anos mais tarde, aqui estou eu: formada. Agora, já tenho cara de uns 18 ou 19 anos. Trabalho na área e sou mais confiante. Tenho cachorros, já escrevi um livro e, como dizem por aí, só falta plantar uma árvore.

No entanto, só agora é que a ficha começa a cair. Depois das férias, amanhã volto ao trabalho. E não terei mais aquelas preocupações como: "quando começam as aulas?", "será que aquele professor dará aula para a gente de novo?" e "preciso comprar um caderno novo". No lugar dessas, entraram: "o que eu vou fazer depois do trabalho?", "não é meio vagabundo parar de estudar?", "preciso fazer algo útil à noite".

Embora eu tenha esperado tanto por isso, ainda é estranho pensar que já terminei o curso. Sentirei falta dos amigos que encontrava todos os dias, de ter que sair correndo da empresa, comer qualquer coisa e ir à aula, das brigas para fazer os trabalhos, dos professores e até de ver aquelas pessoas que eu nem conversava.

Mas, realmente, preciso encontrar algo para fazer à noite. O trajeto casa-trabalho-casa me parece meio monótono. Como as pessoas conseguem fazer só isso?

Um comentário:

Fernando disse...

"O trajeto casa-trabalho-casa me parece meio monótono. Como as pessoas conseguem fazer só isso?" Ai é que tá, quem disse que as pessoas só fazem isso, existe vida após a faculdade sabia? E bem mais divertida e saudável