quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palavras

O alfabeto tem 26 letras. Na língua portuguesa, há mais de 400 mil palavras registradas nos dicionários. E se considerarmos a linguagem popular, que é formada e reformulada a cada dia, esse número vai muito além.

Combinadas, as palavras podem formar versos, poemas, músicas e contos. Com o toque certo, formam-se verdadeiras obras de arte. Com tanta riqueza na linguagem, é possível dizer a mesma frase de inúmeras maneiras. Diante de tal fato, arrisco-me a dizer que, portanto, ser delicado, sutil, direto ou ignorante é questão de escolha. E o português nos dá várias.

Há quem diga que, em um momento de raiva, as pessoas não costumam pensar. Mas, para ofender alguém e tocar bem forte com o dedão em uma ferida recente, ainda sangrando, é preciso ser habilidoso e calculista. Isto porque selecionar as palavras certas não é uma tarefa fácil. É preciso analisar o que irá machucar mais, saber em qual parte aumentar o tom, em que momento ser sarcástico, rir e ir embora.

Contudo, passado algum tempo, mesmo depois de dizer mil palavras ofensivas, existirá uma que será quase que impronunciável. É como se pesasse um milhão de toneladas. E dizê-la até parece que dói. Trata-se de um termo simples, fácil de ser pronunciado, embora traga uma carga de significância indescritível.

É só um amontoado de letras. Verdade. Mas traz simbologia, representa sentimentos. Por isso, também não basta ser dita. Precisa ser sentida. Tem que ser verdadeira. Porque quem pede desculpas, diz muito de uma só vez. Não precisa explicar, enrolar ou tentar justificar. É só pedir. D-E-S-C-U-L-P-A. Mas esta parece ser mais uma palavra em extinção. Deve ser isso.

6 comentários:

Felipe Teles disse...

Pra mim as palavras vem carregadas de sentimentos...

Infelizmente nos tais sentimentos impulsivos..daquilo que voce ESTA sentindo... é que sai as palavras erradas.. aqueles que trazem a necessidade da tal ai..

E então outra série de sentimentos vem a tona quando essa tal ai se faz necessária e muito, muito significativa...


Mas as vezes sai.. e quando sai assim doida as vezes significa mais do que mais...


Ah.. e sim.. te desculpo por me deixar sem posts para ler por aqui...Creio que o banner não está lhe inspirado.. iremos resolver..

Gi disse...

Que saudade do seu texto, Déia.
Quase me esquerci de como era.

(Des)culpa. Engraçado pensar na própria grafia da palavra, né? Podia ser assim, acrescenta os (des) e pronto, tá desfeito. Guimarães Rosa até criou o verbo "desfalar", mas eu nunca vi em ação.

Thata_Cunha disse...

Oba!! vc voltou a postar ^^

Eu concordo com vc de que ela deve estar em extinção, muitas vezes já quis ouvi-la ... mas nada aconteceu.


b-joks

Felipe Teles disse...

Está vendo... todo mundo adora seu retorno.. e cá estou pedindo mais posts.. a todos os blogs...

A espera...

Felipe Teles disse...

Não sei se foi a lei da cidade limpa, a lei do psiu, a lei do cigarro, a lei seca ou seja qual foi.
Mas acabou com os bares..
Ou será só as conversas dos bares?

Conversas até devem ter mas são perdida entre o fundo do copo de chopp e o de Tequila.

Malditos governantes e suas leis..

Juliana Cunha disse...

Eu concordo. Falar é fácil, o dificil é sentir. Quem não compreende a a essência de uma palavra, tão pouco compreenderá uma longa explicação. ;-)