quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um café e uma dose de ironia, por favor!

Hoje, durante o café da manhã:

- Você conhece uma doença chamada Câncer?
- Hãn? Conheço, ué..
- Ah, tá.. É que parece que foi inventada agora, com a Hebe. Os programas de TV não sabem falar de outra coisa. Até parece que ela é a primeira pessoa a ter.

By minha mãe

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Histórias de cozinha

Todas as nossas escolhas, algum dia, em algum lugar, serão refletidas. Sabemos disso. Mas quando se tem 12 ou 13 anos, a gente não pensa tanto no futuro.

É por isso que quando minha mãe, que na época tinha um comércio, me dava a opção de fazer comida e limpar a casa ou tomar conta da loja, eu escolhia a segunda alternativa. Ligava o rádio e, ao som da 89 FM – que naquele tempo ainda tocava rock -, arrumava as mercadorias, vendia, ficava no caixa, enfim, fazia todo o trabalho por lá.

Pois bem. Tudo na vida tem um preço. Outro ditado manjado e, por isso, também ignorado. Se me pedirem para fazer um texto, eu faço. Se me pedirem para entrevistar Fulano de Tal, eu entrevisto. Se me pedirem para assistir ao show da Maria Sicrana e fazer uma resenha, eu também faço. Mas, por favor, não me peçam para fazer arroz, pois, já aviso de antemão, sairá uma papinha-estranha-não-comível-por-seres-humanos.

Foi uma glororoba desse tipo que eu fiz durante as férias na praia. Não fosse a batata frita, a salada – porque, afinal de contas, não sou tão ignorante assim na cozinha – e o churrasco de picanha feito pelo meu namorado e, pronto, o almoço teria sido um desastre. No outro dia, sugeri que fossemos comer em um restaurante. Brincar de casinha havia perdido a graça.

Comovido com meu drama em não saber cozinhar, o pessoal do meu trabalho se reuniu e me deu várias dicas de como fazer um arroz soltinho. "Quando a cebola e o alho estiverem dourando, joga o arroz", disse um deles. "Quando o arroz começar a grudar na panela é a hora de colocar a água", falou outro. "A quantidade de água é só um dedo acima do arroz, hein?", alertou outro.

Se até a filha de 9 anos do Fulano sabe, por que eu não posso aprender? Agora, é questão de honra.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O dia depois de amanhã

Às vezes, esperamos tanto por algo e quando finalmente acontece não sabemos como reagir.

Quando terminei o colegial e consegui uma bolsa na faculdade, aparentava ter 14 anos e não me achava pronta para entrar no ensino superior. Eu havia estudado muito para isso, mas a cara e os pensamentos de criança não colaboravam para que eu me imaginasse como uma universitária. Essa palavra era pesada e agregava uma responsabilidade e uma maturidade que eu ainda não tinha.

Quatro anos mais tarde, aqui estou eu: formada. Agora, já tenho cara de uns 18 ou 19 anos. Trabalho na área e sou mais confiante. Tenho cachorros, já escrevi um livro e, como dizem por aí, só falta plantar uma árvore.

No entanto, só agora é que a ficha começa a cair. Depois das férias, amanhã volto ao trabalho. E não terei mais aquelas preocupações como: "quando começam as aulas?", "será que aquele professor dará aula para a gente de novo?" e "preciso comprar um caderno novo". No lugar dessas, entraram: "o que eu vou fazer depois do trabalho?", "não é meio vagabundo parar de estudar?", "preciso fazer algo útil à noite".

Embora eu tenha esperado tanto por isso, ainda é estranho pensar que já terminei o curso. Sentirei falta dos amigos que encontrava todos os dias, de ter que sair correndo da empresa, comer qualquer coisa e ir à aula, das brigas para fazer os trabalhos, dos professores e até de ver aquelas pessoas que eu nem conversava.

Mas, realmente, preciso encontrar algo para fazer à noite. O trajeto casa-trabalho-casa me parece meio monótono. Como as pessoas conseguem fazer só isso?