quarta-feira, 14 de abril de 2010

Palavras

O alfabeto tem 26 letras. Na língua portuguesa, há mais de 400 mil palavras registradas nos dicionários. E se considerarmos a linguagem popular, que é formada e reformulada a cada dia, esse número vai muito além.

Combinadas, as palavras podem formar versos, poemas, músicas e contos. Com o toque certo, formam-se verdadeiras obras de arte. Com tanta riqueza na linguagem, é possível dizer a mesma frase de inúmeras maneiras. Diante de tal fato, arrisco-me a dizer que, portanto, ser delicado, sutil, direto ou ignorante é questão de escolha. E o português nos dá várias.

Há quem diga que, em um momento de raiva, as pessoas não costumam pensar. Mas, para ofender alguém e tocar bem forte com o dedão em uma ferida recente, ainda sangrando, é preciso ser habilidoso e calculista. Isto porque selecionar as palavras certas não é uma tarefa fácil. É preciso analisar o que irá machucar mais, saber em qual parte aumentar o tom, em que momento ser sarcástico, rir e ir embora.

Contudo, passado algum tempo, mesmo depois de dizer mil palavras ofensivas, existirá uma que será quase que impronunciável. É como se pesasse um milhão de toneladas. E dizê-la até parece que dói. Trata-se de um termo simples, fácil de ser pronunciado, embora traga uma carga de significância indescritível.

É só um amontoado de letras. Verdade. Mas traz simbologia, representa sentimentos. Por isso, também não basta ser dita. Precisa ser sentida. Tem que ser verdadeira. Porque quem pede desculpas, diz muito de uma só vez. Não precisa explicar, enrolar ou tentar justificar. É só pedir. D-E-S-C-U-L-P-A. Mas esta parece ser mais uma palavra em extinção. Deve ser isso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Teoria Conspiratória

Em 1904, houve uma revolta popular no Rio de Janeiro. A população temia à vacinação obrigatória, imposta pelo governo, contra a varíola.

Em 5 de abril de 2010, começa a 3ª etapa da vacinação contra a nova gripe H1N1, que inclui adultos de 20 a 29 anos. Neste caso, não haverá revolta, mas muitas das pessoas que conheço se recusam a receber a vacina.

Já ouvi diversas opiniões sobre o tema. Delas, a mais interessante diz que essa campanha é uma forma de exterminar parte da população. Afinal de contas, o mundo já está superpovoado e não precisa de tanta gente para dar continuidade à espécie. A teoria ainda vai além e relembra a Aids, que, seguindo a lógica da tal conspiração, foi um vírus feito em laboratório exclusivamente para diminuir a quantidade de pessoas no planeta. E, claro: há vários vídeos no youtube que ostentam essa ideia.

Minha surpresa não é nem saber que existe uma teoria conspiratória para a H1H1, mas é, a cada vez que vou contar o caso para alguém e debochar da situação, ouvir a pessoa concordar com a tese e dizer que também não irá se vacinar.

Prato cheio para quem adora ouvir versões de planos secretos que tramam o fim do mundo.

Santa imaginação, Batman!