sexta-feira, 4 de março de 2011

Cinco minutos

Lá fora, milhares de pessoas que resolveram sair no mesmo horário. Viajar direto do trabalho. Como se ninguém tivesse essa ideia antes. E quem só quer voltar para casa pega o mesmo trânsito. No carro, o rádio ao som de Whitesnake. Na cabeça, inúmeras questões.

Música. Quem pode explicar o que ela significa? E quem pode imaginar quanto de felicidade, tristeza e ódio pode proporcionar? Quem escreve uma canção, não imagina quantas interpretações ela pode gerar. Só quem gosta entende. Faz chorar, traz lembranças, emociona, anima e deprime. Ao mesmo tempo em que amo, odeio.

Há muito tempo não escuto algo por iniciativa própria. Já nem sei onde estão meus fones de ouvido e meu rádio deve estar empoeirando. Mas há música em todo lugar, de todo jeito. Por isso, nunca se deixa de escutá-la. Algumas, preferimos ouvir somente em momentos especiais. Mexem em ferida de maneira que ninguém consegue.

É uma magia fascinante. Trazem teor diferente para cada um. Viram nossa mente e revivem cenas que não teriam tanta intensidade de nenhum outro jeito. Chorei. E por tudo. Ouvir aquela música novamente é como voltar no tempo e repetir cada movimento em câmera lenta. Fui criada para gostar de música e convidá-la para participar da minha vida. De modo que seria impossível simplesmente expulsá-la.

Voltei para minha cama. Precisava dormir e não conseguia. A música estava baixa e a voz sexy do David Coverdale quase que sussurando no microfone me fazia querer continuar acordada. Senti a canção e me deixei levar. Até que adormeci. Na sala estava meu irmão se deliciando com a trilha sonora que havia escolhido para aquela tarde. Quase todo momento em que estava em casa, deixava o som ligado. Nossa sorte era que ele tinha bom gosto. Aquele dia em especial, de algum modo, me marcou. E nem lembro o por quê. Apenas da música rolando e eu aos poucos caindo no sono.

As lembranças eram tão reais que achei que estivesse naquele momento. Mas não estava. Era só a música me levando para um tempo que não volta. Nunca mais.


‘...There've been too many tears falling and there've been too many hearts breaking in two...’

Um comentário:

"PoetaLuar." disse...

Pessoa, te achei!
Aqui é o Jeef do projeto Escrita Total! verei este teu espaço com tranquilidade, por enquanto me venho de passagem, beijo em ti!

www.luaresesol.blogspot.com