quarta-feira, 29 de abril de 2009

Na espera de um milagre

Eles tentaram, mas quando não havia outro jeito, disseram a verdade. Os rumores já tinham se espalhado e, como todo bom boato, diziam mais que a história original. Mas a realidade já era cruel o bastante. Nada poderia ser pior. Era a hora de se despedir de tudo e de todos. O vizinho chato nunca mais colocaria a música de péssimo gosto na maior altura. E isso pouco importava.

Ela não trabalharia mais em uma revista. Não viajaria para a Inglaterra. Nunca veria o Def Leppard e não dançaria “Hysteria” com seu amor platônico. E nem “The time of my life”. Na verdade, tudo acabaria e ele não saberia o quanto é importante. Há algumas pessoas que ela gostaria de dizer que ama, mas declaração perto do fim é tão clichê. Se em tanto tempo de convivência não perceberam a importância que tiveram, não seria um telefonema que os faria ter certeza.

As cinco cachorras também não farão festa quando ela chegar em casa. Porque não existirá mais casa, nem cachorras, nem ela, nem Dirty Dancing, Supernatural, Anos Incríveis, sexo, beijos, abraços, conversas longas, chocolate, Big Mac, rock, sertanejo, amigos, pizza de atum com queijo, sorvete de flocos, coca, risole de queijo, Rufles de churrasco, cerveja, provolone à milanesa, batata frita, bar, estrelas, noite, roxo, frio, mini-saia, botas, nem nada. O mundo está prestes a acabar. Em algumas horas, um meteoro atingirá o planeta.

Quem nunca imaginou o fim do mundo? A lista de filmes que encenam o dia apocalíptico não é pequena: “O Dia em que a Terra Parou”, “Eu Sou a Lenda”, “Guerra dos Mundos”, “Independence Day”, “Armageddon” e “Impacto Profundo” dão asas à imaginação. Entretanto, em exceção do longa interpretado por Will Smith – Eu sou a Lenda –, em que um vírus incurável expande-se pelo mundo, os demais falam sobre ataques extraterrestres e chuva de meteoros.

Como o fim do mundo por essas duas causas já está “batido”, neste exato momento, posso até imaginar o que passa pela cabeça dos roteiristas de Hollywood: gripe suína. Façam suas apostas: este tema vai “bombar” no próximo ano!

Brincadeiras à parte, espero que a ação fique apenas para os filmes. Porque, daqui a pouco, vai perder a graça. E as manchetes me assustam cada vez mais.

Um comentário:

Fabis Matrone disse...

"Gripe Suína ataca na Central do Brasil"
"Gripe Suína ajuda a esplhar o terror na Avenida Paulista"

hauhauahuahauhauahauhauahuahauhauahauhauahuahauhauahua

Vamborâ beber!