quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em cinco minutos

O que te deixa estressada?
Pessoas ignorantes.

O que te faz sorrir?
Ouvir minhas músicas preferidas no rádio.

O que te faz chorar?
Chorar? Humm, eu não queria responder o mesmo que todo mundo - filmes -, mas eu chorei até com “Titanic”.

Depois dessas perguntas, respondidas para um programa de um grupo de alunos de Rádio e TV, fiquei pensativa. Será que só os filmes conseguem me comover? E quanto à vida real?

Ontem, enquanto fazia o caminho da faculdade, no metrô, igual a todos os bons anti-sociais, estava com o meu MP3 no ouvido. Tocava New Radicals:

Ninety miles outside chicago
Can't stop driving

I don't know why
So many questions

I need an answer
Two years later you're still on my mind
Whatever happened to Amelia Earhart
Who holds the stars up in the sky
Is true love just once in a lifetime
Did the captain of the titanic cry?

Estava na estação Sé e cantava uma música que, embora gostasse muito, fazia anos que não ouvia. Do meu lado, havia um garoto, aparentemente de uns 20 anos. Algo estava errado. Olhei melhor. Ele estava chorando. Tímido, olhava para baixo, colocava a mão na testa e chorava disfarçadamente. Era visível a dor que sentia. Enxugava o rosto e, cinco segundos depois, voltava a chorar. E chorava tanto que soluçava e as costas tremiam. Ele era mais alto que eu, mas, daquele jeito, parecia pequeno.

Eu não sabia o que fazer. Queria perguntar o motivo do choro, mas poderia ser inconveniente. Lembrei que, às vezes, gosto de estar sozinha, pensar e sofrer sem ninguém ao meu lado. Só que no aperto de uma das estações mais cheias do Metrô, é difícil estar sozinho. Mas ele estava. Queria abraçá-lo, envolvê-lo em meus braços e dizer que tudo ficaria bem. Não importava que era apenas um estranho. Vê-lo chorar, fez-me ter vontade de chorar também. Sou de peixes. E todo bom pisciano consegue sentir a dor alheia. Teria ele brigado com os pais? Alguém tinha morrido? O choro dele era incontrolável. Devia ter muitos motivos para estar daquele jeito. Enquanto isso, a música continuava:

Someday we'll know
If love can move a mountain
Someday we'll know

Why the sky is blue
Someday we'll know
Why I wasn´t meant for you

Does anybody know the way to Atlantis
Or what the wind says when she cries
I'm speeding by the place that I met you

For the 97th time..... tonight

Chegou um vagão, a porta se abriu e nós entramos. Eu acompanhava cada movimento dele. Queria fazer algo. Ensaiei o que poderia dizer. Mas tudo parecia idiota suficiente para o silêncio ser melhor. Pedro II. Brás. Bresser. Era a minha estação. Eu tinha que descer. E isso significava deixá-lo. Deixar para trás o estranho que tinha acabado de me cativar sem nem mesmo saber que fazia isso.

Eu desci. E não disse uma palavra.

Someday we'll know
Why Samson loved Delilah
One day I'll go

Dancing on the moon
Someday you'll know
That I was the one for you
(yeah yeah yeah yeah)

I bought a ticket to the end of the rainbow
I watched the stars crash in the seaIf
I could ask god just one question
Why aren't you here with me....tonight

Ok. Não sou tão insensível assim, mas sou covarde.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Na espera de um milagre

Eles tentaram, mas quando não havia outro jeito, disseram a verdade. Os rumores já tinham se espalhado e, como todo bom boato, diziam mais que a história original. Mas a realidade já era cruel o bastante. Nada poderia ser pior. Era a hora de se despedir de tudo e de todos. O vizinho chato nunca mais colocaria a música de péssimo gosto na maior altura. E isso pouco importava.

Ela não trabalharia mais em uma revista. Não viajaria para a Inglaterra. Nunca veria o Def Leppard e não dançaria “Hysteria” com seu amor platônico. E nem “The time of my life”. Na verdade, tudo acabaria e ele não saberia o quanto é importante. Há algumas pessoas que ela gostaria de dizer que ama, mas declaração perto do fim é tão clichê. Se em tanto tempo de convivência não perceberam a importância que tiveram, não seria um telefonema que os faria ter certeza.

As cinco cachorras também não farão festa quando ela chegar em casa. Porque não existirá mais casa, nem cachorras, nem ela, nem Dirty Dancing, Supernatural, Anos Incríveis, sexo, beijos, abraços, conversas longas, chocolate, Big Mac, rock, sertanejo, amigos, pizza de atum com queijo, sorvete de flocos, coca, risole de queijo, Rufles de churrasco, cerveja, provolone à milanesa, batata frita, bar, estrelas, noite, roxo, frio, mini-saia, botas, nem nada. O mundo está prestes a acabar. Em algumas horas, um meteoro atingirá o planeta.

Quem nunca imaginou o fim do mundo? A lista de filmes que encenam o dia apocalíptico não é pequena: “O Dia em que a Terra Parou”, “Eu Sou a Lenda”, “Guerra dos Mundos”, “Independence Day”, “Armageddon” e “Impacto Profundo” dão asas à imaginação. Entretanto, em exceção do longa interpretado por Will Smith – Eu sou a Lenda –, em que um vírus incurável expande-se pelo mundo, os demais falam sobre ataques extraterrestres e chuva de meteoros.

Como o fim do mundo por essas duas causas já está “batido”, neste exato momento, posso até imaginar o que passa pela cabeça dos roteiristas de Hollywood: gripe suína. Façam suas apostas: este tema vai “bombar” no próximo ano!

Brincadeiras à parte, espero que a ação fique apenas para os filmes. Porque, daqui a pouco, vai perder a graça. E as manchetes me assustam cada vez mais.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Notícias de hoje

Estado de S.Paulo - Ronaldo tem dia de Rei na Vila Belmiro.
Metrô News - Corinthians frita o peixe na Vila.

Cada um tem a sua linguagem. Não importa. A notícia é a mesma. Com direito a elogio do Pelé, Ronaldo fez dois gols e contribuiu para a vitória corintiana de 3 a 1. No próximo domingo haverá mais. O Santos que se prepare.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Em ritmo acelerado

No ano que vem? Ah, eu penso em fazer uma outra faculdade. Mas o curso que quero são cinco anos. É muito tempo, né? Só vou terminar quando estiver com 27. Eu também poderia fazer um mestrado. Estou pensando em um tema para desenvolver. Mas também pode ser uma pós-graduação. Hoje? Ah, é. Tenho que terminar o programa de rádio. Amanhã tenho prova de inglês. A Virada Cultural? Vou. Claro que vou. Você gosta de teatro? Tem umas peças legais que quero ver. Mas domingo tenho que ir para Mogi e começar as entrevistas para o livro-reportagem. Falando nisso, tenho que fazer a pauta do programa de TV. Já ouviu o novo disco do Heaven and Hell? Ficou muito bom, né? Vamos ao bar depois da aula? Preciso relaxar. Amanhã ainda tem reunião do grupo.

Às vezes, pareço uma geminiana.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Chique no úrtimo

Presidente Lula em participação especial no "South Park"


Nosso presidente é mesmo “o cara”. Além de ser um dos políticos mais populares da Terra, Lula também virou personagem do “South Park”.

No episódio “Pinewood Derby”, que foi ao ar ontem, nos Estados Unidos, os personagens lutavam contra uma invasão de alienígenas. Para evitá-la, pediram ajuda a diversos líderes mundiais. E o Lula foi um deles.

Uns elogios de Obama aqui. Alguns empréstimos ao FMI ali. E pronto. Já estamos até em seriados americanos. Nosso líder populista não teve fala nesse capítulo, mas esperem só até a próxima piadinha. Afinal, a crise mundial não foi mesmo causada por branco de olhos azuis?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Novos mundos

Quem é que não tem uma vó, um pai, um tio ou um amigo que adora contar histórias? Curiosa como sou, adoro conhecer outras vidas. Acredito que todos tenham casos interessantes. Basta saber dar o toque certo de humor e/ou sensibilidade.

Entretanto, algumas histórias pedem mais atenção. É preciso estar preparado para entendê-las. Ops, eu disse entender? Não. Alguns fatos estão além da nossa compreensão. Nosso estilo de vida nos limita. E não há como entender algo sem vivenciá-lo.

Vez e outra, minha mãe conta sobre a infância que teve: comia fruta direito da árvore, tomava banho no rio e fazia festa quando via um carro passar – automóveis eram raros onde ela morava, no interior de Alagoas. Nem consigo me imaginar nessas situações. Eu cresci na “cidade grande”. Mal podia brincar na rua. Era perigoso. Dormia ao som de carros, ônibus e caminhões. Respirava o ar poluído e atraente do centro urbano. Na verdade, ainda faço isso, pois, embora brincar na rua seja algo que deixei de fazer há anos, dormir e respirar ainda estão na minha lista de “coisas que preciso fazer”.

Mas essa comparação é boba. Quero ir além. Comecei a pesquisar sobre o Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti - antigo asilo-colônia Santo Ângelo - para o livro-reportagem que farei com meu grupo de faculdade. Ouvi e li alguns relatos de pessoas que tiveram que deixar amigos, familiares, casa e o que mais tivessem para construir uma nova vida. Foram isoladas do mundo porque apresentavam risco à sociedade: tinham hanseníase. Para quem não sabe, no começo do século passado, o DPL (Departamento de Prevenção à Lepra), na tentativa de impedir que a lepra se espalhasse pelo estado de São Paulo, encarregou-se de isolar todos que apresentassem sinal de hanseníase. O local escolhido foi Santo Ângelo - Mogi das Cruzes, São Paulo.

Aos que já leram ou assistiram “Ensaio sobre a cegueira”, não é difícil imaginar essa cena. Muitos foram internados ainda jovens. Vi uma entrevista com uma mulher que chegou até o hospital com 10 anos. Sessenta e quatro anos depois, ainda mora lá. Mas é preciso dizer que formou-se uma espécie de cidade em volta do hospital e, embora apenas habitado pelos doentes, chegou a ter prefeito, cadeia, bar, teatro e suas próprias leis. Hoje, há apenas uma lanchonete, um teatro abandonado, igrejas e casas habitadas pelos descendentes dos hansenianos. E muitos não têm mais a doença.

Falar sobre Santo Ângelo ainda é complexo para mim. Há muitas histórias. Preciso assimilar as informações que recebo. Cada vez me impressiono mais. Meu olhar brilha de empolgação e eu me entusiasmo ao falar, pois vejo um universo novo que pede para ser desvendado. No entanto, mesmo com meu fascínio, quem ouve essas histórias imagina personagens deprimidos. Perguntam-me se não é triste fazer essas visitas. E confesso que também pensei que encontraria pessoas deprimidas e melancólicas. Afinal, motivo é o que não falta.

Na verdade, olhamos para elas com a visão de quem estuda, trabalha, vai ao cinema, come no Mc Donald’s no final de semana e vai à praia no feriado. E quem foi que disse que é preciso fazer essas coisas para ser feliz? Uma pessoa não sente falta daquilo que nunca fez. Para dizermos que algo é ruim, necessariamente, precisamos conhecer algo melhor. E vice-versa. Como cada pessoa tem suas próprias experiências, o bom e o ruim são sempre relativos.

Não existe uma fórmula para ser feliz. A frase “não tenho do que reclamar” foi muito usada em todas as entrevistas que li. Não é porque estão numa colônia de portadores de hanseníase que não podem ser alegres. Fizeram amigos, namoraram, casaram, tiveram filhos, ficaram viúvos, casaram novamente. Esse ciclo funciona em qualquer lugar.

Há quem carregue histórias deprimentes, como a de ter que abandonar filhos e família, e há também aqueles que chegaram órfãos ao hospital. Claro que não escolheram ter hanseníase. Ninguém planeja uma doença. Mas já que tiveram, encontraram uma forma de ser feliz com o que tinham.

Nós, que ficamos deprimidos com coisas bobas, é que não conseguimos ver conexão entre uma doença e um sorriso. Então, nos surpreendemos ao encontrar pessoas tão sorridentes, carentes e felizes por Santo Ângelo. Como se todos tivessem que ser infelizes por não serem iguais a nós e não terem o mesmo estilo de vida que temos.

Há muito mais a ser dito. Minha mente borbulha em ideias e questionamentos toda vez que mergulho nesse trabalho, mas deixemos o restante para um outro post, porque esse aqui já está gigante.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Meu curioso caso

Nossa mente é engraçada. Vez e outra, pego-me cantando uma música que não lembro quando e por que comecei. E ao prestar atenção na letra, percebo que ela se encaixa perfeitamente com o que eu estava pensando. É como se fosse uma resposta que eu dei, sem perceber, aos questionamentos que estava fazendo. Dou risada sozinha. Nos últimos dias, uma ideia não saia da minha cabeça: tinha que assistir novamente “O curioso caso de Benjamin Button”. Não sabia bem o porquê, mas precisava rever esse filme.

Ele fala de liberdade, amor, aceitar-se como somos e de apreciar e aprender com tudo que a vida pode nos proporcionar: desde paixões momentâneas até as perdas das pessoas que amamos. A vida fica linda sob a ótica de Benjamin e qualquer problema pode ser encarado de bom-humor dessa forma. Só esses motivos já seriam mais que suficientes para eu sentar na frente da tv pelas quase três horas de duração do longa. Mas não era só isso. Era minha mente querendo responder às perguntas que eu fazia a mim mesma. Tive certeza disso depois de rever as peripécias de um dos meus personagens favoritos.

As pessoas falam em carpe diem como desculpa para justificar ações inconsequentes, mas esse termo não é sinônimo de irresponsabilidade. Quer dizer aproveitar o momento, e não agir como louco para criar um. Alguns dizem que, às vezes, o meu racional fala alto. Mas é que não sou muito fã do efêmero. Assim como Benjamin, penso que não se deve forçar situações. Quando tem que acontecer, elas simplesmente acontecem. Naturalmente. Na hora certa. E isso não quer dizer que eu fique me preocupando com quando será a hora certa. Até porque o acaso adora nos pegar de surpresa.

Na verdade, eu queria ver o filme porque ele encena parte da história que eu já roteirizei. E dá o final perfeito para o que ainda não aconteceu. No fim, enquanto os créditos desciam pela tela, eu ria sozinha. Tinha descoberto porque esse curioso caso não saia da minha cabeça.

E claro que eu tive que apertar o pause várias vezes para anotar o que Benjamin disse em uma das cartas que escreveu para a filha:

Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou, no meu caso, muito cedo para sermos quem queremos.
Não há limite de tempo, comece quando quiser.
Você pode mudar ou não. Não há regras.
Podemos fazer o melhor ou o pior.
E eu espero que você faça o melhor.
Espero que veja coisas que o assustam.
Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes.
Espero que conheça pessoas com opiniões diferentes.
Espero que viva uma vida da qual se orgulhe.
E se você achar que não viveu.
Espero que tenha força para começar novamente.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma noite de Kiss

Ouvir rock pode nos trazer várias sensações. Entretanto, para mim, um bom rock é aquele que diverte. E poucas bandas fazem isso. Não trata-se apenas de fazer o público cantar as músicas, mas de vestir a camiseta da banda, pagar caro por um ingresso, viajar quilômetros para ver uma apresentação, animar-se mesmo com músicas antigas e um espetáculo já previsto, em uma noite de terça-feira e, ainda assim, no final, sair com um sorriso estampado no rosto dizendo que valeu cada centavo gasto.

De fato, mover pessoas de estados como Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Curitiba e Santa Catarina, em plena terça-feira, não é uma tarefa fácil. Mas se é para ver o Kiss, os fãs não medem esforços. A frase “You Wanted the Best and You Got the Best. The Hottest Band in the World: Kiss!”, anuncia o que virá pela frente. Não estamos falando de um simples show, mas de um grande espetáculo, uma verdadeira festa de rock and roll.

E se é mesmo para divertir o público, efeitos especiais, explosões, chuva de papel e fogos de artifício não são nenhum exagero, mas uma extensão das canções e da própria proposta da banda, que é mostrar todo o prazer que o rock pode proporcionar. Assim, o visual e o sonoro se confundem. Não é à toa que o verso “I wanna rock and roll all nite and party everyday” é repetido por gerações.

E estar no meio da plateia, pulando, cantando - e até dançando - é uma sensação indescritível. Muito merecida depois da louca correria para a compra de ingresso. A banda Dr. Sin foi a escolhida para abrir o show dos mascarados. Ela teria a missão de aquecer os fãs, mas a ansiedade de ver a trupe mais divertida do rock foi tanta que, embora a banda dos irmãos Busic seja ótima, a ânsia para que o quarteto americano entrasse logo em ação foi clara. Mas eles sabiam que, pelo menos naquela noite, não eram a atração principal. Sucessos como “Fire”, “Miracle”e a famosa “Futebol, mulher e rock and roll” fizeram parte do repertório.

Depois da saída do Dr. Sin a expectativa aumentou, pois todos sabiam que a qualquer momento Simmons e cia poderiam subir ao palco. E eis que quando a cortina que estampava o nome da banda caiu, os fãs foram ao delírio. Sim, o Kiss entrou em cena. “Deuce”, seguida de “Strutter” e “Got to choose” abriram o show. Paul Stanley já é carismático por natureza e ficou mais ainda com a empolgação do público. "Todos estão se sentindo bem? Sentindo vontade de ficarem loucos? Estávamos com saudades de vocês, São Paulo", disse o guitarrista. Em seguida, atiçou todos com aquelas brincadeiras de rivalidade entre os shows de São Paulo e Rio de Janeiro. Em vários momentos, ele perguntava se os fãs queriam ir para casa. A resposta era negativa, claro. Então, atendiam ao pedido e continuavam tocando. "We love you" foi dito várias vezes.

Em “Rock and roll all nite”, aquela ideia de festejar o rock ganhou fôlego com uma chuva de papéis picados na pista vip. A plateia cantou a música com ainda mais entusiasmo. Era impossível não pular com um dos refrões mais conhecidos do mundo. A banda consegue transformar marmanjos em crianças. E quem é que não ergueu os braços e cantou sorrindo o hino do Kiss? Depois dele, encerrou-se a primeira parte da apresentação. Na volta, nossos heróis titânicos retornaram exibindo a bandeira do Brasil. Eles realmente sabem cativar o público. Músicas como "Lick it up", "I love it loud" e até "I was made for loving you" - criticada quando foi lançada - fizeram alegria do público na segunda parte do show.

Embora a formação clássica - e a preferida de muitos – seja com Ace Frehley e Peter Criss, é inegável que Eric Singer e Tommy Thayer são excelentes músicos. Com muita técnica, fizeram todos delirarem. Tommy com um longo e plausível solo em uma guitarra que disparava fogos de artifício e Eric “decolando” na bateria que soltava fogos e jatos de fumaça enquanto ele solava.

Mas o homem espacial e o homem gato não foram os únicos que tiveram seu momento de brilho. Gene encenou a famosa cena de cuspir sangue e, em seguida, foi levado à parte superior do palco por cabos de aço. Paul atravessou a pista vip e voou até as proximidades das torres de som para tocar “Love Gun”. Com o público já em êxtase, “Detroit rock city” fechou com chave de ouro. E já que aquela era uma grande celebração ao rock, o espetáculo terminou com o céu colorido com fogos de artifício. Felizes, os fãs deixavam a Arena Skol ao som de “God gave rock and roll to you”. Foram pouco mais de duas horas de animação.

É verdade que essas performances já eram previstas, mas estar diante delas é uma emoção única. Não há DVD que traga a mesma sensação. Foi um show recheado de movimentos e ações estratégicas. Não há como negar. E é aí que está o segredo da banda. Todos sabem o que vai acontecer, mas pagam para ver. E, diga-se de passagem, o preço não é barato. Mas vale.

Kiss - 07/04/09 - Arena Skol Anhembi

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Contagem regressiva

O ano é 1978. Quatro garotos que ouvem, tocam e respiram Kiss passam por várias aventuras para conseguir ver o show da banda favorita. É entre descobertas, enrascadas e altas emoções, com muito bom-humor e ação, que se desenrola o filme Detroit Rock City.

Agora, o ano é 2009. Um dia antes de ver o show de uma banda que, embora não seja a minha preferida, é aquela que ouço há anos e que nunca imaginei um dia ver. É quase um sonho. Apesar da ansiedade estar no limite, a ficha ainda não caiu. E só vai cair quando as cortinas se levantarem. Amanhã, na Arena Skol Anhembi.

Esse é aquele show que a gente guarda as lembranças para contar aos filhos, netos e bisnetos. E só a aventura que foi para comprar o ingresso já rende muitas risadas e faz os olhos de qualquer fã brilhar de empolgação.

I wanna rock and roll all nite!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Depois do dia da mentira

No dia 1ª de abril, eu sempre fico apreensiva com o que leio. Ontem, quando li que a Argentina perdeu de 6 a 1 para a Bolívia, achei que fosse brincadeira. Ri quando descobri que não era. E ri novamente quando imaginei a cara do Maradona.

Hoje, quando vi uma notícia falando sobre cerveja em pó, procurei a data para ver se ela não foi escrita ontem e se, por isso, não seria uma pegadinha. Mas além da informação ser de hoje, tem até o link para a compra - custa £7.95. Curioso. Seria a evolução da cevada?

Para prepará-la é simples: mistura-se o pó com água bem gelada, mexe e pronto. Cerveja feita como suco. Mas sou desconfiada. Deve fazer mal. O suco em pó já faz. Prefiro a original, servida em garrafa. Sou conservadora e não me envergonho disso. E quanto ao álcool?

Não acreditei na propaganda e fui até o site simular uma compra. E eis o resultado!

Ah, não vou entregar o ouro, né? Que graça tem se eu falar?