sexta-feira, 22 de maio de 2009

E vai rolar a festa

Vinho quente. Quentão. Doces. Jogos. Música. Dança. Até quarta-feira, essas eram as características das festas juninas. Eram. O nosso governador, José Serra, sancionou ontem um projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em festas organizadas nos estabelecimentos de ensino mantidos pela administração estadual.

Abre aspas. Vamos pensar um pouco: o que são estabelecimentos de ensino mantidos pela administração estadual? Escolas de ensino básico e superior, certo? E, claro, inclui faculdades e universidades. Fecha aspas.

Segundo o jornal Metrô News, a assessoria da Secretária Estadual da Casa Civil informou que ainda analisa se a lei é valida para as três universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp).

Abre aspas. Alguém já ficou bêbado com quentão ou vinho quente? Engraçado. Sempre achei que as festas juninas fossem um evento familiar. Os alunos levam os pais, os primos, os amigos e os vizinhos - só não levam o cachorro porque as inspetoras não costumam deixar. Ok. Terminei o colegial há cinco anos. Será que nesse tempo as festas juninas tornaram-se uma festa em que crianças trombadinhas enchem a cara de vinho quente, ficam bêbadas, invadem a diretoria e querem dominar a escola? Fecha aspas.

Sou adepta da seguinte frase: “Se for para fazer, então, faça direito”. Ou seja: é para proibir o consumo de álcool nas instituições públicas de ensino? Então proíba. Mas não exclua as universidades. A USP, por exemplo, tem as lendárias festas conhecidas pelas bebidas que circulam livremente e garantem histórias engraçadas pelo resto do ano. Isso porque, claro, sempre tem aquele que não sabe beber, enche a cara e “paga mico” a noite inteira. E essa seria a menor das consequências, já que essa mesma pessoa, provavelmente maior de 18 anos, poderia dirigir bêbada, brincar de empurrar os amiguinhos na piscina e o que mais a criatividade e o libido permitirem. Vamos ignorar isso e apelar para o quentão que, claaaro, já causou uma lista enorme de acidentes mundo afora, não é?

Que fique claro: não sou favorável à essa lei. E nem à proibição do álcool nas festas das universidades. Mas qual a lógica de censurar festas familiares e fechar os olhos para onde realmente há consumo exagerado de álcool? Ou faz direito ou não faz.

Pronto, falei.

2 comentários:

Camila Caringe disse...

Com festa ou sem festa, soube que alguém tava triste...
Fiquei preocupada...

Anônimo disse...

Também odiei a lei, mas o fato é que ela não vale para as universidades públicas de SP. Isso ocorre porque as universidades tem autonomia....