segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sobre minha progenitora

Ela gosta de Guns n’ Roses, acha a voz do Dio bonita e fala mal das roupas do Ralf Scheepers – vocalista do Primal Fear. “Ele devia usar umas roupas mais estilosas, como as que o Rob Halford usa. Se ele quiser, eu posso ser a consultora de moda dele”, disse.

Fala mal das bandas que eu ouço. “Eles até são bonitos de ver e têm uma ou outra música boa, mas depois fica tudo igual. São muito repetitivos”, diz ela, referindo-se ao Def Leppard.

Ouve som na maior altura e têm as coletâneas mais ecléticas do mundo: começa com Guns, vai para Van Halen, Iron Maiden e, de repente, ouve-se um “e vai rolar a festa, vai rolar, o povo do gueto mandou avisar que vai rolar a festa”, “descobri que te amo demais, descobri em você minha paz, descobri sem querer a vida, verdade”, “nessa longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar, na esperança de ser campeão, alcançando o primeiro lugar” e, em seguida, toca Rolling Stones. Ninguém tem o gosto musical tão diversificado quanto o dela.

Outro dia, apresentou Alice Cooper para uma amiga que foi em casa: “essa é a titia. Ouve!”, sugeriu.

Depois de conhecer Alfred Hitchcock e virar fã de “O poderoso Chefão” e “Família Soprano”, fala mal de Big Brother. “É muito fútil”, conta.

Ontem, eu e meu irmão a levamos ao Pacaembu para ver um jogo do Corinthians. Empolgou-se tanto que até mostrou o dedo do meio para o juiz. No fim, ainda fez uma análise técnica: “o Corinthians jogou melhor. No segundo tempo, eles dominaram a bola, mas faltou alguém para fazer a finalização”, disse.

Hoje, ela não trabalha mais, mas levanta todo dia às 6h30, prepara o meu café, liga a TV no jornal da Mariana Godoy, conversa comigo e depois volta a dormir.

Faz comida especial em dia de jogo do Corinthians para o meu irmão. Se eu não tenho aula e vou cedo para casa, pergunta o que eu quero jantar.

Sim, ela é a minha mãe. “Você tem sorte de me ter, mas se quiser que eu seja sua mãe na próxima encarnação, vai ter que nascer em Alagoas, porque para São Paulo eu não volto”, diz. “Alagoas? Não sei não...”, respondo.

Acho que vamos ter que entrar em acordo.

4 comentários:

Iêda disse...

Nossa, que moderna essa mãe!!! Gostei dela! beijão

Anônimo disse...

Que mamãe contemporânea!!

Fabis Matrone disse...

Essa a Andréia! ou melhor a familia da Andréia!

Dona Neide arraza!

Que saudades dela!

Fabis Matrone disse...

Ps - A imagem eu peguei na internet!

^^