segunda-feira, 4 de maio de 2009

No ritmo da Virada

Alguns falam mal da organização e do público, mesmo quando é possível encontrar famílias inteiras andando de mãos dadas pelas ruas. Dizem que há confusão, referindo-se a uma briga que aconteceu dois anos atrás em um show dos Racionais – naquele dia, eu estava ali do lado e não vi nada.

Esquecem-se do objetivo do evento: promover cultura de forma acessível a todos – gratuitamente. Rock, samba, MPB, forró, teatro, cinema, exposição. Uma atração em cada esquina. E há desde nomes de pouco sucesso até atrações internacionais. Alguém, algum dia, já imaginou ver John Lord, ex-tecladista do Deep Purple, tocando com a orquestra sinfônica municipal?

É por essas e outras que gosto tanto da Virada Cultural. Essas 24 horas de atrações ainda nos reservam outras peculiaridades.

São momentos marcantes:
Essa é a única chance que o paulistano tem de andar durante a madrugada pelos arredores do centro de São Paulo sem ser assaltado. E, à noite, aquelas ruas ficam ainda mais lindas. As construções antigas ganham um novo brilho sob a luz do luar.
Em que outro evento é possível tomar café ao som de Matanza?

Os estilos se confundem:
Na aula de salsa, participaram vários cabeludos do metal. Destaque para um cara com camiseta do Manowar que aprendia a rebolar.

Perde-se a noção do tempo:
Em plena 7h da manhã, há pessoas bebendo cerveja e vinho.
A grama da Praça da República mais parecia uma volta aos anos 60, com hippies sentados, dormindo ou cantando.

Ignora-se as regras gramaticais:
Depois de cantar uma música em que parte da letra é “Só acredito no semáforo. Só acredito no avião. Eu acredito no relógio”, o vocalista do Vanguart soltou a melhor pérola da Virada Cultural:

- Eu só tenho duas PALAVRAS para vocês: FO-DA, disse, em alto e bom som, o frontman.

Bem, pelo menos, ele sabe contar até dois.

Só tenho uma reclamação a fazer: deveria ter mais lixeiras. Não foi à toa que a cidade amanheceu uma imundice. É falta de educação da população? É. Mas, se não há muitas latas de lixo, o que se pode dizer?



2 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de nunca ter ido na virada, eu acho um evento bárbaro. Que outra cidade no brasil proporciona tanta diversidade de cultura de uma só vez e gratuitamente? Eu queri muito ir, mas meus amigos que foram estavam a fim de ir para atração de música eçetrônica. Pensei eu: " Jamais iria para a virada cultural, com tantos célebres de música de primeira para ouvir eletrônico." Na falta de cia cultural, preferi ficar em casa!! ehehhehehehhehehehh
Bom Post
bju

Camila Caringe disse...

Bom... acho que você não conhece bem o centro...
De qualquer maneira... acho que vc já conhece minha opinião sobre a Virada. rs

É pão e circo, filhote. A velha política.