Toda criança adora atenção. E eu sempre gostei de muita. Anos atrás, minha mãe trabalhava o dia inteiro enquanto meu pai trabalhava de noite. Ou seja: era com ele que eu passava a maior parte do tempo. De manhã, ele levava meu café até a sala, onde, abraçada com minha boneca, eu assistia alguns desenhos. Mais tarde, enquanto ele fazia alguns trabalhos, eu ficava ali ao lado, desenhando. A escada da minha antiga casa era grande e, como eu vivia caindo, quando queria descer, gritava: "Paieeeeeê!". Logo, ele subia, fazia uma cadeirinha com os braços e me levava até onde eu queria. Se eu dormisse no sofá, como um bom pai, ele me levava até a cama e me cobria. Incrível como as coisas mudam:
- Paieeeeê?
- O que que é?
- Apaga a luz para mim?
- Deixa de ser preguiçosa, apaga você!
De expressão de carinho, isso passou a ser comodismo, mas ninguém me avisou. Sexta-feira foi aniversário do meu pai. Às vezes, as pessoas escolhem seguir caminhos diferentes e, embora convivam juntas, é como se estivessem separadas por milhas e milhas de distância.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
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snif
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