terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O abraço

Ele não diz nada. E nem precisa. O silêncio já fala por si. Dura apenas alguns segundos, mas poderia ser eterno. Você não quer que aquele momento acabe. E mesmo quando termina, você ainda o sente. Continua sem saber o que dizer. São tantas coisas. Mas o abraço já disse muito. Mesmo sem dizer nada. Odeio despedidas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O maior amor do mundo

É difícil falar de quem a gente gosta. Ainda mais se gostamos muito dessa pessoa. Poderia passar horas falando de você. Sempre me impressiona, mas nunca me enganou. Tem jeito durão, é mandona, irrita muita gente, por vezes é anti-social, mas, na verdade, é uma carente, romântica, que adora atenção. Vive tomando a frente da situação, mas o que gosta mesmo é de ser conduzida. Você tem medo de confiar nos outros. Eu sei que as pessoas vivem te decepcionando, mas tente não cobrar tanto delas. Aliás, uma das coisas que mais odeio em você é quando se mete em assuntos que não são seus e toma para si as dores que não são suas. Você tem um gênio forte. O que acontece é que não sabe ver algo errado e ficar quieta. Também adora retribuir as provocações, né? Não adianta: você não vai mudar o mundo e nem as pessoas. Já cansei de pedir para relaxar. Há coisas que as pessoas terão que aprender sozinhas e não será você quem as convencerá de que estão erradas. Você também vive errando por aí. Apesar disso, gosto muito de você.

É tão fácil te deixar feliz. Basta tocar no rádio uma música que você gosta e já verei um sorriso no seu rosto. Um elogio e seus olhos já se enchem de lágrimas. Você adora saber que as pessoas gostaram do que fez, né? Gosta tanto que às vezes nem mostra algo com medo de não agradar. Que bom que está superando isso, porque nem sempre as pessoas vão gostar de tudo o que você faz. Parece uma criança falando das coisas que gosta. E se diverte igual a uma quando está perto dessas coisas. Aliás, por vezes você é tão inocente que até me espanta. Como pode haver pessoas que ainda pensam como você? Otimista, romântica, sonhadora, sensível. Pena que só mostra isso para poucos. Coloca o pé no chão, menina! O mundo não é tão inocente quanto você acha que é. Embora também não seja a serpente que às vezes você imagina.

Ainda acredita em amor eterno? Sabia! Viu muito conto de fadas na infância. Achou que tudo era possível, bastava acreditar. Até que cresceu. Viu que nada é tão simples assim. Sente-se como uma criança no meio de adultos. Sei que não é de ficar idealizando, embora se pegue várias vezes sonhando. Quer alguém com que possa se divertir, falar das suas conclusões malucas sobre o mundo e as pessoas e mostrar um pouco desse seu jeito tão sexy. Às vezes você é racional demais, sabia? Pensa muito e faz pouco. Mas prefiro você assim: meiga, divertida, fogosa e, ao mesmo tempo, tímida e racional. Então, do nada, você desencana de algumas coisas, joga tudo para o alto e faz suas maluquices. Deixa o momento guiar a situação e se rende aos encantos do que sente. Suas histórias me divertem. Mal sabem os outros que esses momentos são apenas surtos, embora você fosse adorar surtar com mais freqüência, né? Mas se controla porque sabe que todas as ações têm conseqüências.

Às vezes você me parece tão triste, como se faltasse algo em sua vida. Queria que soubesse que sempre estarei por aqui. E nunca vou desistir de você. Sei o quanto luta para conseguir uma vida digna, regada com algumas regalias que tanto gosta e que têm um preço. Você pensa no futuro, tem ideais e acredita neles. Confio em você, na sua fidelidade e no seu potencial. Quando estiver mal, tome uma coca, ouça uma música e coma um chocolate que você melhorará. Sabe que estou por perto. Sou quem mais quer o seu bem. Veste um roxo, passa um lápis na cara e tudo sempre ficará bem. Não se esqueça disso, porque enquanto essas coisas bobas - e até fúteis - te deixarem feliz, elas serão importantes para mim. Te amo. E te amo de uma forma como nunca vou amar ninguém.

De mim, para mim mesma! xD

O Vida Bailarina fez uma carta assim e pediu para os leitores fazerem algo semelhante. Aí está a minha. Agora desafio os meus dois ou três leitores a fazerem o mesmo. Quando fizerem, me avisem.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sapato da vez

Vi em um blog o prêmio “Sapato de Ouro 2009” e tive que copiar. Depois do episódio de um jornalista iraquiano jogar dois sapatos em Bush no meio de uma coletiva de imprensa – e não acertar nenhum, é dada a largada: em quem você jogaria um sapato?

Vale lembrar que o tal jornalista, Muntadhar Al-Zeidi, 29, agora herói para os anti-Bush, irá aos tribunais e, de acordo com o que dizem por , poderá pegar até sete anos de prisão. Há os que acharam a atitude corajosa e há também aqueles que comparam o ato violento de invadir um país ao ato violento de arremessar um sapato. Contudo, aposto que jogar pelo menos uma garrafa de água na cabeça do presidente, ou de quem quer que seja, já deve ter passado pela cabeça de muitos. Se é errado ou certo, não sou eu quem vai julgar. Aqui a gente só imagina, não quer dizer que iremos fazer.

Então, contem-me, em quem vocês gostariam de jogar um sapato? E por que?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Um jeitinho para tudo

Há muitas coisas para se fazer em uma sexta-feira à noite: cinema, bares, baladas. Mas não, eu queria ir ao teatro. A peça era gratuita, meu bolso agradeceria e depois dela teria inúmeros bares para fechar a noite.

- Por favor, três ingressos para "O Sacrifício".
- Os ingressos acabaram.
- Acabaram?
- Sim, acabaram.
- Faz tempo?
- Desde 12h30.

A gente tenta ser “cult”, mas o mundo é mesmo dos espertos. Neste caso, de quem trabalha pelos arredores da Av. Paulista ou conhece alguém por lá. Era 19h30 e nossas barrigas suplicavam por comida. Mas se quiséssemos ver a peça, o jeito era ficar na fila da desistência a espera de pessoas que tivessem uma boa dor de barriga, de cabeça ou por algum outro motivo não conseguissem chegar no horário. Ou seja: uma hora na fila e mais duas de peça. A barriga tinha que entender. Depois a encheríamos de batata frita e cerveja. E entendeu. Aguardou quietinha as três horas porque nem todos os espertalhões que foram cedo pegar ingressos compareceram na hora.

Também há varias coisas para se fazer em um sábado à tarde: passear com o cachorro, fazer pic-nic no Ibirapuera, cinema, dormir. Mas não, eu queria assistir uma ópera no Teatro Municipal.

- Dois ingressos para "Almahl e os visitantes noturnos", por favor!
- Os ingressos já acabaram.
- Mas no site falava que iria começar a distribuir apenas às 14h.
- E começamos a distribuir às 14h.
- E já acabaram?
- Sim, já acabaram.

Olhei no relógio: eram exatamente 14h05. Minha amiga falava em alto e bom som que é humanamente impossível distribuir tantos ingressos em cinco minutos. Não acreditamos no que ouvimos e ficamos de plantão ao lado da bilheteria para nos certificar de que isso era realmente verdade. De fato, eles repetiram para os outros o que nos disse. O pessoal saia reclamando e nós aproveitávamos para ressaltar que aquilo era impossível. Uns minutos mais tarde, uma mulher saiu com dois ingressos na mão. Eu fui até ela:

- Desculpe, esses ingressos que a senhora pegou é para qual espetáculo?
- "Almahl e os visitantes noturnos".
- Filho da p***!

Pegamos a fila novamente. A mulher da bilheteria tentou nos convencer de que os ingressos que aquela mulher pegou era de alguém que desistiu.

- Mas se nós estávamos na frente dela, por que não deram os ingressos para a gente? Chegamos 14h05.
- Fiquem por aqui, se alguém desistir nós chamamos vocês.

Santa ignorância! Nós ficamos ali o tempo todo e ninguém foi devolver nada. Observei pessoa por pessoa. Alguns minutos depois, um homem fez um sinal para nós. Tímidas, sem saber se o sinal era para a gente, voltamos à bilheteria.

- Oi?
- Quantos ingressos vocês querem?
- Dois.

Discretamente, ele destacou dois ingressos e nos deu. Mais discretamente ainda, dobramos e o guardamos. Estávamos livres para comer porque faltava mais de uma hora para começar a ópera. Nossas barrigas já não agüentavam mais. Agora eles estavam livres para dar ingressos a quem queriam. Afinal, não ficaríamos mais ali enchendo o saco, contando nossa história para as outras pessoas e perguntando qual era o ingresso que os outros tinham na mão quando saiam da fila.

É...O mundo é mesmo dos espertos. E para tudo dá-se um jeitinho.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Falta pouco

Essa semana está no fim, minhas férias estão chegando e, enquanto isso, as notícias estão bombando: o ex da Susana Viera morreu, disseram que foi por cocaína, depois acharam manchas de sangue no carro, parece que policias forneceram drogas ao falecido - quando ainda estava vivo, claro -, uns dizem até que ele foi assassinado e que o culpado é o Louro José. Bem...Não importa, porque isso não muda em nada a minha vida. Aliás, muda sim, eu me divirto vendo os capítulos dessa novela.

Deixando a futilidade de lado, tem vários programinhas legais na cidade. Aí vão algumas dicas:

No Centro Cultural FIESP
- Sacrifício

Sacrifício conta uma história de amor e morte, revelando o absurdo da violência. O texto toma como eixo a peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, com direção de Cibele Forjaz e a adaptação de Fernando Bonassi.

De quarta a sábado, às 20h30 domingos, às 19h30 (só vai até o dia 14/12)

Entrada franca

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No Teatro Municipal
- "Amahl e os Visitantes Noturnos"
ópera de G. C. Menotti

Dia 13, sábado, 16h

Eloisa Baldin, Dênia Campos – sopranos
Paulo Queirós – tenor
David Marcondes, Sandro Bodilon e Eduardo Paniza – barítonos
Marizilda Hein, piano
João Malatian, direção cênica

Entrada Franca


Divirtam-se!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cena de cinema

- Aquele cara de laranja pediu para eu trazer essa cerveja para vocês.
- Hãn?
- Não se preocupem. Ele já pagou.

Já passava das 23h e iríamos trabalhar no outro dia, mas precisávamos discutir sobre o filme que acabávamos de assistir. Uma cerveja. Era somente uma cerveja. O filme foi muito bom e queríamos falar das nossas impressões sobre ele. O longa foi “Queime depois de ler”, dirigido pelos irmãos Coen: um sarcasmo a sociedade fútil que vive hoje. De um lado, um homem obcecado por fazer exercícios e estar em forma. Trair a mulher era quase um hobby para ele. Do outro, uma mulher de meia idade em crise com o próprio corpo. Ela se mostra capaz de fazer qualquer coisa para conseguir dinheiro e aumentar os seios, tirar as rugas, diminuir a bunda e a barriga. Há ainda uma organização que nos mostra a “coisificação” do ser humano. Deixamos de ser alguém, composto de alma, sentimentos e história: está atrapalhando a nossa ação? Então mata. Alguém presenciou o assassinato? Não? Então, está tudo bem. O processo se assemelha muito com um tabuleiro de dama: se para chegar com a peça até o outro lado e fazer uma dama é preciso comer as peças do adversário, então isso será feito. Agora transforme as peças em pessoas e o ato de comer em matar. É mais ou menos isso. Sem falar nas relações amorosas. Todo mundo trai todo mundo. É uma beleza! Estamos na casa da mãe Joana.

- O mesmo cara mandou entregar esse papel para vocês.

Era um bilhete com o nome e dois telefones do cara que nos pagou a cerveja. Alguns minutos depois:

- A conta de vocês já está toda paga. Ele pagou.

Aquilo parecia cena de cinema. De fato, há inúmeros roteiros de longa-metragem em que o cara paga bebida para uma garota. Mais que isso, esse episódio era uma extensão do filme que vimos. Um cara de uns 30 anos pagando cerveja para duas garotas de pouco mais de 20. Não. Não estou me referindo a diferença de idade, mas a forma como ele fez tudo. Pagou nossas cervejas, mandou alguém nos entregar o telefone, ao sair, fez um gesto imitando um telefone com a mão, disse um “me liga” e foi embora. E será que ele acha mesmo que vamos ligar? Não achamos ele bonito e nem podemos dizer que era legal, pois não teve a capacidade de se sentar conosco, se apresentar e puxar assunto. Claro que iríamos preferir falar do filme, mas pelo menos não teria agido como um idiota. Bem...Nós bebemos de graça. Não posso reclamar.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Como um homem se torna pau-mandado

Nas minhas últimas conversas de mesa de bar, reencontrei alguns amigos. Logo, chegam as novidades: uma entrou na faculdade, outra se formou, um terminou o namoro que durava mais de um ano, outro está namorando, e por aí vai. Entre os assuntos, um me deixou intrigada: a influência feminina na vida dos homens. Sabe aqueles caras que adoram pregar a liberdade? Então, um dia eles encontram alguém que os domine. As garotas, por egoísmo, insegurança, falta de auto-estima ou medo de serem traídas, querem mantê-los na reta – leia-se “excluídos da sociedade”. Resultado: fazem aqueles joguinhos de "Os seus amigos não gostam de mim, então não vou sair com eles", "Sair? Ah! Vamos ficar em casa, a gente aluga um filminho e talz. Deixa seus amigos pra lá" ou "Você já vê seus amigos todos os dias". Sim, tenham o prazer, essas são as chantagens emocionais femininas – pra não dizerem que sou machista, depois faço a versão masculina para essas chantagens.

Mulher sabe fazer isso muito bem. E sabe ser chata também. Quando o cara se der conta, já estará dominado, esqueceu os amigos e deixou de fazer várias coisas que gostava. Esse foi o motivo de um deles terminar o namoro. Enquanto isso, o celular do outro tocava de dez em dez minutos. Era a namorada dele, querendo saber onde estava, com quem, por que estava demorando tanto e por que não iria logo para a casa dela. Se o namoro já é assim, imagine se casarem.

O quê? Se sou mulher? Ah! Sim. Eu sou. Mas é que por ser eu conheço essas façanhas femininas. Se sou assim? Eu sou mulher, né? Mas me esforço para não ser. HAUAHAUAHAUA Brincadeira. Não acho que todas as mulheres sejam dessa forma.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Uma época que não faz tanto tempo assim

Toda criança adora atenção. E eu sempre gostei de muita. Anos atrás, minha mãe trabalhava o dia inteiro enquanto meu pai trabalhava de noite. Ou seja: era com ele que eu passava a maior parte do tempo. De manhã, ele levava meu café até a sala, onde, abraçada com minha boneca, eu assistia alguns desenhos. Mais tarde, enquanto ele fazia alguns trabalhos, eu ficava ali ao lado, desenhando. A escada da minha antiga casa era grande e, como eu vivia caindo, quando queria descer, gritava: "Paieeeeeê!". Logo, ele subia, fazia uma cadeirinha com os braços e me levava até onde eu queria. Se eu dormisse no sofá, como um bom pai, ele me levava até a cama e me cobria. Incrível como as coisas mudam:

- Paieeeeê?
- O que que é?
- Apaga a luz para mim?
- Deixa de ser preguiçosa, apaga você!

De expressão de carinho, isso passou a ser comodismo, mas ninguém me avisou. Sexta-feira foi aniversário do meu pai. Às vezes, as pessoas escolhem seguir caminhos diferentes e, embora convivam juntas, é como se estivessem separadas por milhas e milhas de distância.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Para pensar

Em uma das conversas de mesa de bar, perguntou-se: “O que você escreveria em sua lápide?”.

- Aqui jaz alguém que tentou mudar o mundo.
- E o que você faz para mudá-lo?
- Começo por mim.

Essa é uma resposta digna de Gandhi, né? Mas foi dada por ele.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Em busca da Literatura da vida real

Quem já tentou comprar algum livro da Eliane Brum, provavelmente, não conseguiu, ou teve muito trabalho para encontra-lo. Nem encomendas as livrarias faziam. Sim, eu tentei. E várias vezes. Aos admiradores dessa gaúcha, devo dizer: “Seus problemas acabaram!”. Pelo menos aquele de encontrar um livro da Brum. Ela lançou recentemente “O olho da rua”. Já que trabalha na Época, dessa vez, a editora foi a Globo. Ou seja: o livro é fácil de encontrar em qualquer livraria. Com o destaque, as outras publicações dela vieram à tona. Acabei de comprar “A vida quem ninguém vê”, segundo livro da jornalista, por um preço baratérrimo.

Para quem não conhece Eliane Brum, vamos a uma breve apresentação. Ela já ganhou quase quarenta prêmios de reportagem, foi repórter no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, desde 2000 é repórter especial da revista Época e acaba de lançar o terceiro livro. A saber, o primeiro foi “Coluna Prestes – O Avesso da Lenda” (Artes e Ofícios, 1994) e o segundo, ganhador do Prêmio Jabuti 2007, na categoria melhor livro de reportagem, é “A vida que ninguém vê” (Arquipélago Editorial, 2006). Ah! Ela também é muito citada nas aulas de jornalismo quando o tema é perfil, pois se destacou pela escrita literária, rica em detalhes. Mais que isso, ela valoriza as pequenas histórias, sensibiliza-se com o outro e consegue enxergar aquelas vidas que ninguém vê.

Leia mais aqui.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

E a história continua...

Depois de transformado em espetáculo pela mídia, o "caso Lindemberg" estará estampado nas páginas de "A Tragédia de Eloá - Uma Sucessão de Erros", que será lançado esse mês, escrito por Marcio Campos, jornalista da Rede Bandeirantes, pela Editora Landscape.

E aos que ficaram inconformados com a forma como o seqüestro foi tratado pela televisão, o Ministério Público Federal de São Paulo entrou com uma ação contra a Rede TV! e pede R$1,5 milhão para a emissora. Para quem não se lembra, o programa "A Tarde é Sua", apresentado por Sônia Abrão, exibiu duas entrevistas com Eloá e Lindemberg. Ou seja: além de usar a imagem da menor sem autorização judicial, interferiu o trabalho dos policiais e ainda transformou o caso em um "espetáculo midiático". Leia mais aqui.

É verdade que a Sônia Abrão não foi a única a explorar a notícia, mas haja paciência. Conversar em rede nacional com um seqüestrador em pleno seqüestro não é uma atitude de muito orgulho, para não dizer mais. É por essas e outras que quando me perguntam que curso eu faço, depois de responder que é jornalismo, "senta que lá vem história". É critica para todos os lados, como se jornalismo se resumisse a programas que passam no período da tarde e eu fosse a culpada pelo sensacionalismo. Bah!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Problemas do mundo feminino

Nós crescemos folheando revistas com mulheres belíssimas e assistindo a programas de TV com garotas de biquíni exibindo seus corpos. Resultado: as meninas crescem achando que também desenvolverão corpos assim. Logo, chega uma idade em que percebemos que não vamos ficar exatamente iguais ao modelo de perfeição divulgado pela mídia.

Sempre achei a beleza relativa. Afinal, as gordinhas também namoram, casam e têm filhos. Mas, de fato, há uma cobrança maior com o sexo feminino. Depois do primeiro susto - ok! Não sou uma gostosona de plantão – a gente faz o que pode: se arruma, passa uma maquiagem e dá um trato no cabelo. E até que nos saímos bem nessa parte. Como costumo dizer: “Nada melhor que um bom lápis de olho e uma coca-cola para nos deixar feliz”. Contudo, depois dos 20 anos vem o segundo susto: celulite. Pois é, nesse momento descobrimos que a parte da “coca” não foi uma boa idéia.

Percebi que o assunto “celulite” é um choque para mais novas e algo normal para as mais velhas. Enquanto me trocava outro dia, percebi que havia algo errado com uma parte da minha bunda. Olhei atentamente, toquei, apertei, olhei mais perto ainda, abri a janela para melhorar a iluminação e voltei para o espelho. Sim, aquilo era uma celulite. Mas eu sou magra! Como poderia ter celulite? Conversando com outras pessoas, vi que isso é normal.

Preocupada, fui pesquisar sobre o tema. O que descobri? Não são apenas refrigerantes que causam celulite, a má alimentação também. Evitar fritura, bebida alcoólica, leite, bolacha recheada, pizza, sorvete, bolo, torta, entre outros de uma lista enorme, é o que eu deveria fazer. Sempre comi frutas, verduras e legumes, mas deixar de lado todas essas besteiras é demais! Seria linda e infeliz.

Depois da descoberta, a primeira revolta é com as comidas. “Por que diabos comer tem que engordar, trazer celulite e deixar a pele feia?”. Em seguida, as pessoas e seus conceitos de perfeição é que nos revoltam. “Por que diabos eu não posso ter uma celulite?”. Logo depois, a revolta é consigo. “Mas, espera um minuto, por que diabos eu preciso me preocupar com o que os outros vão pensar?”.

Não dispensarei coca, cerveja, chocolate e nem pizza, mas vou reduzir a quantidade. Afinal, também faz mal pro ego parecer um maracujá. E também vou procurar algum creme que consiga tirar aquela celulite. Alguém tem alguma dica? HAUAHAUAHAUAHAU

Comentários inoportunos

Conselhos são sempre bem-vindos, mas ouvi-los não significa que vou segui-los. Geralmente, lembro deles depois que faço a merda.

Estava acompanhando uma amiga no banco. De repente, chegou a mulher do meu chefe.

- Oi! Tudo bem?
- Tudo!

Ela subiu as escadas, mas logo voltou:

- Eu estou cheia de coisas, com celular, relógio e mesmo assim sempre passo pela porta. Já outras pessoas eles sempre param.
- Ah! Quer saber? Acho que eles vão pela cara da pessoa, sabia? - disse eu.
- Claro, eles acham que a pessoa tem cara de trombadinha e travam a porta, né? - disse minha amiga, meio sem graça.

As duas riem forçando riso e eu fico sem entender nada. Trinta segundos depois chega a filha dela: bem vestida, com óculos escuro e água na mão. Era para ela que o segurança tinha travado a porta.


Quando minha mãe diz que às vezes é melhor eu ficar quieta, ela tem razão.

Coisas que não consigo entender

Hoje de manhã entrei no site Submarino e lá estava um “Bom dia, Andréia!”.

- Hãn? Como assim?

Tá, eu entrei no meu e-mail antes e não cliquei em “sair”. Deve ter sido por isso. Sim, eu sei que não temos privacidade na internet, mas essas coisas ainda me assustam.

E depois reclamo quando minha mãe começa a fazer aqueles comentários de espanto quando manda uma mensagem por celular ou e-mail.

- Nossa! Mas como é que isso consegue chegar para outra pessoa? Essas coisas são muito avançadas para mim.

No fim das contas, acho que não estou tão longe dela.